Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Assistência pré-natal em tempos de pandemia do COVID-19: um relato de experiência
Alinne Miranda Ferreira, Déborah Villarins Pedrosa, Shirley Miranda Bergamaschi

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


A Atenção Primária à Saúde (APS) tem papel fundamental na abordagem integral à saúde dos indivíduos, principalmente das gestantes. Nesse contexto, a assistência pré-natal nas unidades de saúde mostra-se cada vez mais efetiva no cuidado, prevenção e detecção precoce das patologias maternas e fetais, a fim de garantir o desenvolvimento saudável do bebê e reduzir riscos gestacionais e perinatais. Com o surgimento da pandemia do covid-19, algumas estratégias foram necessárias para otimizar esses atendimentos e reduzir a contaminação pelo vírus.

Esse trabalho tem o objetivo de descrever as mudanças no modelo de assistência prestado às gestantes durante o período da pandemia do covid-19 na Unidade de Campinho da Serra, em Serra, Espírito Santo, destacando as adaptações desse processo, no período de agosto a dezembro de 2021.

Na unidade de saúde de Campinho da Serra, os profissionais das duas equipes de saúde da família pertencentes ao território se reuniram e organizaram as agendas para que as gestantes fossem acolhidas e atendidas num turno de menor circulação de pacientes com sintomas respiratórios. Assim, as demandas de síndrome gripal foram atendidas no período matutino, com adequada higienização das salas após cada consulta, e as gestantes, grupo de risco para o covid-19, foram agendadas para o período vespertino, a fim de diminuir a exposição e o contato dessas mulheres com casos suspeitos e/ou confirmados de covid-19.

As equipes criaram uma planilha para auxiliar na organização e acompanhamento das gestantes do território. As consultas pré-natais foram agendadas de forma alternada, mensalmente, entre médica e enfermeira até a 28ª semana de gestação. Após, essas gestantes foram avaliadas em consulta médica quinzenalmente até a 36ª semana e, a partir daí, programadas semanalmente com a médica de cada equipe até o fim da gestação, conforme recomendação do ministério da saúde. As consultas odontológicas também foram prioritariamente programadas para o mesmo dia e turno das consultas pré-natais.

Se alguma gestante apresentasse sintomas gripais, era acolhida unidade de saúde e avaliada em consulta médica, observando a necessidade ou não de hospitalização, de acordo com a clínica e os fatores de risco individuais associados.

Diante da pandemia do COVID-19, compreendemos a relevância do atendimento integral e humanizado, estabelecendo prioridades e avaliando riscos, a fim de garantir todos cuidados necessários em saúde, principalmente das gestantes do território. A organização da APS e a apropriação das demandas mais urgentes pelas equipes mostrou-se eficaz na unidade, garantindo a execução dos atributos da APS de equidade e da integralidade no Sistema Único de Saúde e reduzindo a contaminação das gestantes na unidade.

O cuidado das mulheres no ciclo gravídico em tempos de COVID-19, é desafiador e demanda grande resiliência dos profissionais para adequação de agendas, apoio da gestão na organização e criação de estratégias que contribuam para uma assistência adequada e segura durante a toda a gestação.