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INTRODUÇÃO: A Vigilância em Saúde constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde, visando o planejamento e a implementação de medidas de saúde pública. Os municípios devem ter suas ações programadas e adaptadas às realidades de seus territórios e as informações de saúde fornecidas pelas vigilâncias devem servir de base e evidência científica na elaboração de ações. O boletim epidemiológico é um instrumento de informações técnicas em saúde que permite facilitar o diagnóstico situacional de um determinado agravo naquela localidade. O objetivo deste trabalho é relatar a construção de um boletim epidemiológico da Sífilis em gestante para o município de Caxias, Maranhão. METODOLOGIA: Os dados epidemiológicos foram obtidos no Departamento de Informática do SUS. O período analisado foi de 2010 a 2020. Posteriormente foi realizada uma análise descritiva para melhor organização dos dados, através de tabelas e gráficos por meio do programa Microsoft Excel. O agravo selecionado para a elaboração do boletim epidemiológico foi sífilis em gestantes e seu estudo foi direcionado para o município de Caxias, uma cidade localizada no leste do estado do Maranhão, considerada a quinta maior cidade do estado, com uma população estimada de 165.525 habitantes para o ano de 2020. RESULTADOS: O Boletim Epidemiológico disponibilizou dados básicos, indicadores e análises sobre as tendências da sífilis em gestante no município de Caxias, visando aperfeiçoar a capacidade de formulação, gestão e avaliação de políticas e ações públicas.

Apresenta informações sobre casos de sífilis em gestantes notificados até 30 de junho de 2020. No Maranhão entre os anos de 2010 a 2019 foram notificados 7.849 casos de sífilis em gestantes. A taxa de detecção por mil nascidos vivos vem aumentando progressivamente, passando de 2,1 em 2010 para 13, 8 em 2019. De acordo com os dados informados no SINAN Caxias está entre as Regiões de Saúde com os maiores coeficientes de detecção de Sífilis em gestante por 1000 Nascidos Vivos. No boletim também constam informações sobre o perfil das gestantes com sífilis de acordo com a faixa etária, escolaridade, raça/cor, distribuição percentual de casos segundo esquema de tratamento por ano de diagnóstico, distribuição percentual de casos segundo classificação clínica por ano de diagnóstico. A ocorrência de sífilis em gestantes evidencia falhas dos serviços de saúde, particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e o tratamento da gestante são medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção da doença. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A construção de boletins epidemiológicos voltados para a situação local permite caracterizar, medir e explicar o perfil de saúde-doença de uma população, assim como seus determinantes possibilitando um planejamento adequado com objetivos mais certos e ações com possíveis resultados positivos para melhorar a saúde, através da elaboração do diagnóstico das condições de vida dessa população e construção de uma saúde coletiva que se vale das evidências a partir da prática da epidemiologia nos serviços.