Apresentação: A pandemia da COVID-19 constituiu-se como um importante problema de saúde pública. Com a grave crise sanitária, que envolve colapso no sistema de saúde e aumento abrupto de infecções e óbitos, a morte tornou-se um acontecimento comum e corriqueiro, cujo as narrativas sobre ela podem desvelar situações ainda invisibilizadas, revelar os danos causados no contexto em que se inserem e apontar pistas sobre como podem ser evitadas. O objetivo desse trabalho é relatar o desenvolvimento de uma pesquisa que envolve narrativas de familiares de pessoas que morreram por COVID-19 no Brasil, vinculada à Escola de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, que tem como propósito analisar como se constituíram as experiências de adoecimento e morte por COVID-19 no país.  Desenvolvimento: A pesquisa encontra-se em andamento e as narrativas são obtidas através de entrevistas com familiares de pessoas que morreram por COVID-19 em todas as localidades do Brasil, de forma semiestruturada - presencialmente ou on-line. Os participantes são convidados a participar da pesquisa por meio de um procedimento de amostragem em cadeia denominado Snowball Sampling adaptado ao modo virtual. Impactos: Espera-se que essa pesquisa contribua para a produção do conhecimento acerca das vulnerabilidades dos familiares de pessoas que morreram em decorrência da COVID-19; para a compreensão dos fatores que contribuíram para essas mortes; para qualificar o acesso aos serviços de saúde; e, também, proporcionar benefícios individuais aos participantes, pois esse tipo de entrevista possibilita a fala como um recurso terapêutico, além de ressignificar a experiência vivenciada. Considerações Finais: Deve-se ressaltar que a pesquisa também se configura como um ato político, diante de um grupo inviabilizado e desassistido, além de um indicativo de resistência da universidade pública em conexão com a comunidade e suas necessidades.