Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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O APRISIONAMENTO DE SI COMO DESDOBRAMENTO DO MANICÔMIO EM NÓS: NARRATIVAS-PERFORMANCES EM VÍDEO SOBRE RELATOS EM UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA
Cristal Oliveira Moniz de Aragão, Patricia Trápaga Ferreira, Raiane Silva da Penha, Bruna Aquino Fonseca, Luan Limoeiro Silva Hermogenes do Amaral, Valéria Ferreira Romano, Juliana Azevedo da Silva Pergentino, Georgia Jantorno do Nascimento Silva, Júlia Matos da Fonseca, Clara Judithe de Jesus Nascimento, Juliane Silva da Cruz, Maria Gabriela Mariano Machado, Daniel Trápaga Ferreira

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Este trabalho é parte das ações do programa de extensão Cuidado em Saúde na Atenção Primária, da UFRJ em seu encontro com profissionais da equipe NASF-AB de uma Clínica da Família situada na zona norte do Rio de Janeiro e  residentes do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade, também da UFRJ.


Ele surge da urgência em refletir sobre a forte presença da lógica manicomial como forma de lidar com a diferença, e da reflexão sobre como a articulação entre a Atenção Psicossocial e a Atenção Básica (que a compõe) têm funcionado no terreno específico de que falamos. O território-campo está localizado no bairro da Penha, e situado em uma clínica que conta com 14 equipes mínimas de ESF, um NASF-AB com x profissionais, residência de Medicina de Família e Comunidade, de Enfermagem e Multiprofissional. O território diverso conta com movimentos sociais, ONGs, escolas municipais, igrejas e CRAS/CREAS com que conseguimos articular redes de cuidado em níveis diversos. Partimos da compreensão que o cuidado em saúde mental deve ser parte da formação em saúde (e da vida mais ampla!), e assim, pessoas com caminhos múltiplos se encontraram neste fazer vindas de diversos campos, entre profissionais e estudantes de nível de graduação e pós, bem como os usuários da Clínica da Família.


Temos como objetivo refletir sobre as “instituições” que circulam nesses espaços, as redes, as práticas de cuidado, aqui compreendidas no espectro do proposto proposto por Yasui, Luzio e Amarante (2018).  Buscamos construir narrativas, a partir da proposta de Benjamim (ano), para fazer notar uma das faces mais perversas da lógica manicomial, justamente pq são introjetadas com uma força tamanha que o próprio usuário aciona a necessidade de manicômio como estratégia para lidar com a falta de sentido ou as dificuldades que encontra na vida e nas relações. A reflexão sobre o manicômio em nós como forma de dominar, de subjugar, de classificar, de hierarquizar, de oprimir e de controlar a si mesmo se apresenta como um desafio de caminhar no sentido de políticas de humanização e da tentativa de construir um espaço movente junto com àqueles que sofrem de tantas e variadas formas.


Olhando, como Yasui, Luzio e Amarante (2018)  e Nelson Rodrigues para “a vida como ela é”, este trabalho apresenta performances artísticas narradas em vídeos sobre esses relatos manicomiais, bem como os caminhos que buscamos para a construção de novas instituições que possam funcionar como saídas de emergência para outras formas de existência. Esperamos criar um ambiente de reflexão a partir dos dispositivos-vídeos para fazer perceber como as práticas manicomiais se apresentam em nosso cotidiano.