Apresentação:

A escrita é um importante apoio para as análises coletivas nas instituições. Desse modo, a construção de escritas-vestígios faz-se essencial para futuras análises coletivas acerca das possíveis trocas de ideias, de avanços nos pensamentos, como também na divulgação das ações desenvolvidas para fora das equipes produtoras. A produção de escritas é uma atividade de Educação Permanente em Saúde que potencializa reflexões colaborativas sobre processos de trabalho. Este resumo tem por objetivo apresentar a experiência de oficinas de escrita desenvolvidas no Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação (ICEPi), da Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo.

Desenvolvimento:

Intitulada “Querer-Escrever: oficinas de escrita no trabalho em saúde”, este projeto de Educação Permanente em Saúde foi planejado a partir da necessidade de espaços de diálogo sobre elaborações de escritas acadêmicas, junto aos trabalhadores do ICEPi que desejavam compartilhar suas experiências em eventos científicos. As oficinas foram realizadas em três sessões, semanais, no mês de novembro de 2021. Cada encontro teve a duração de 2h e foi realizado no formato síncrono online, por meio da plataforma Zoom. Criou-se também, um grupo de whatsApp para facilitar a comunicação entre todos os participantes. Foram realizadas reuniões de planejamento para elaboração e revisão dos conteúdos e para definição da metodologia de ensino a ser utilizada em cada encontro. Ao final de cada encontro,  os participantes respondiam formulários de avaliação.

Resultados:

Ao todo, 93 participantes estiveram presentes nas oficinas, com média de 50 pessoas a cada encontro. Entre a diversidade de atores nas oficinas, destacam-se colaboradores de quatro projetos do ICEPi, como o Programa Qualifica-APS, com docentes-assistenciais e profissionais em formação (Componente Provimento), residentes e preceptores de residências (Componente Residência); membros de projeto da Medicina Hospitalista e Núcleo Interno de Regulação Hospitalar, e membros do Núcleo de Qualificação e Inovação para a Vigilância em Saúde. Os assuntos abordados foram: 1)Escrita como possibilidade para análise institucional e educação permanente em saúde; 2) Escrita como prática e como exercício de experimentação de singularidades; 3) Prática de elaboração de escritas para Congresso Internacional da  Rede Unida; 4) Prática de colaboração participativa de escrita. Nas avaliações positivas dos participantes podemos destacar que: 1. a maioria dos participantes gostaram das oficinas propostas; 2. as oficinas foram essenciais para o estímulo e o aperfeiçoamento da escrita; 3. foi um momento de compartilhamento de saberes e experiências valiosas com diferentes pares. Nos aspectos a melhorar foram realizadas algumas sugestões: 1. melhoria da conectividade; 2. divisão dos participantes em grupos menores. Além das oficinas, realizou-se apoio direto às escritas de 38 resumos por meio do grupo de WhatsApp e por email.

Considerações Finais:

As oficinas mostraram-se como potente estratégia de estímulo às escritas, de educação permanente em saúde, e comunidade de práticas com potencial de produção e compartilhamento entre os participantes. Promoveu-se trocas interprofissionais e multidisciplinares, entre diferentes áreas, projetos e programas do ICEPi. Além disso, estimulou-se encontros inéditos e colocou na agenda da instituição a prática da escrita como vestígio de experiências da atual gestão estadual da saúde.