Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Biopolítica e Medicalização das Sexualidades Dissidentes: Violência e Violações de Direitos da População LGBTQIA+ no Acesso e Permanência no SUS.
Antonio Soares Junior, Flávia Cristina Silveira Lemos

Última alteração: 2022-02-07

Resumo


A hipermedicalização tem gerado diversos problemas para a nossa sociedade contemporânea e tem sido objeto de preocupação de estudos e intervenções em inúmeras instituições, e quando especificamos no que tange o dispositivo de sexualidade, percebemos que se apresenta um cenário bastante inquietante. Neste sentido, este trabalho teve como objetivo fazer reflexões e discutir como as sexualidades dissidentes são medicalizadas por dispositivos biopolíticos no contemporâneo a ponto de produzir iniquidades no acesso e permanência de pessoas LGBTQIA+ no Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento metodológico utilizado neste trabalho foi de uma pesquisa qualitativa bibliográfica, considerando as produções dos últimos 10 anos (2012 a 2022) nas principais ferramentas de busca como a biblioteca virtual da Scielo, Google Acadêmico e o Portal de Periódicos, Teses e Dissertações da CAPES, além da arqueogenealogia de Foucault, que nos permite pensar a contemporaneidade questionando práticas da biopolítica. Durante a investigação bibliográfica pudemos perceber diversas violência sofridas pela população LGBTQIA+ ao adentrar os serviços do SUS com apontamentos que vai desde a ideia dos profissionais de saúde, em sua maioria, considerar que todo usuário é heterossexual, o que constrange, por exemplo, mulheres lésbicas em uma consulta ginecológica que ao serem questionadas sobre relações sexuais são induzidas por perguntas que não condiz com a sua orientação sexual ou também o desrespeito com nome social de pessoas trans ou travestis, perpassando por pensamentos estereotipados relacionando doenças sexualmente transmissíveis com pessoas LGBTQIA+. A partir das reflexões geradas por esta pesquisa, podemos afirmar que existe um panorama de muita aflição e que pode torna-se intolerável no campo da violência e violação de direitos de pessoas que assumem performances e subjetividades por meio de sexualidades dissidentes das normas heteronormativas e que dificultam o acesso e permanência nos serviços do SUS por esta população.