Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-02
Resumo
1 INTRODUÇÃO
A informatização em saúde tem facilitado o processamento de dados por meio dos Sistemas de informação em saúde (SIS), que são caracterizados pela integração dos sistemas de coleta, administração, manutenção e dispensação dados de forma que auxilia no processo decisório e na gestão das organizações de saúde. Nesse sentido, os recursos oferecidos por esses instrumentos aumentam a efetividade dos profissionais e minimizam os custos em saúde, além de contribuir na promoção de modelos efetivos de cuidados a saúde.
Além disso, a alimentação dos SIS desenvolvidos no Sistema Único de Saúde (SUS) baseia-se na sustentação de informações necessárias para gerenciar e monitorar situações de risco, além do controle de produtividade e administração dos recursos financeiros, conforme as estratégias e normas de gerenciamento das políticas de saúde.
Assim, reforça-se a importância da temática sobre os SIS em relação a gestão e continuidade da assistência com foco na Atenção Primária à Saúde (APS), priorizando os processos de reorganização de informatização no SUS, reavaliando periodicamente as inconsistências sobre os sistemas em saúde.
No entanto é necessário salientar que a coleta dados seja relevante e com informações precisas produzidas por meio dados sólidos na Estratégia Saúde da Família (ESF), e que a gestão gerencie de maneira eficaz para contribuir com o cuidado adequado. Nessa perspectiva, objetivou-se com o estudo analisar a produção científica acerca dos SIS, com ênfase na atenção básica.
2 MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados: National Library of Medicine (MEDLINE); Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), utilizandos os seguintes descritores instituídos pelos Descritores em Saúde (DeCS): Sistemas de informação em saúde, Atenção primária à saúde e Gestão em saúde.
Os critérios de inclusão foram: artigos completos, originais, nos idiomas português e inglês, publicados no período entre 2010 a 2020 e que estavam relacionados diretamente ao tema e objetivos do estudo. Foram excluídos os artigos que não abordavam o tema proposto. Assim, a amostra final do estudo foi composta por 07 artigos que compreenderam a proposta de investigação.
3. RESULTADOS
Após a busca dos estudos nas bases de dados citadas, foi realizada a análise de todas as publicações completas localizadas e que compuseram a amostra final.
Quanto à distribuição dos estudos segundo o ano de publicação, observou-se que predominância de artigos publicados no ano de 2017, sendo responsável por 57% dos estudos incluídos. No entanto, convém ressaltar que houve artigos publicados em 2010, 2013 e 2014, correspondendo a 14% em cada ano citado. Já em relação à base de dados, 58% foram localizados na SCIELO, 28% na LILACS e 14% na PUBMED.
Os estudos inferem que os SIS foram valorizados a partir da regulamentação do SUS, pela Lei nº 8.080, sendo o Ministério da Saúde, o órgão gerenciador dos sistemas, o qual agrega vários subsistemas, além dos grandes bancos de dados gerados por outras instâncias. Os subsistemas em destaque são: SIM (Sistema de Informação de Mortalidade), Sinasc (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), Sinan (Sistema de Informações de Agravos Notificáveis), Sisvan (Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional), entre outros.
Dessa maneira, no que concerne à Atenção Primária, a informatização da Atenção Básica a Saúde (ABS) tem se concretizado em várias partes do mundo como relevante mecanismo estratégico de automatização de processos e qualificação da gestão da informação.
Assim, a informação em saúde além de dar suporte no planejamento e gerenciamento na tomada de decisão no Sistema Único de Saúde (SUS), também é utilizada como uma importante ferramenta, sendo eficaz para disseminação de informações precisas para a implementação de medidas de promoção de saúde e conhecimento da realidade social, epidemiológica e econômica.
Dessa forma, foi criado o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) com a finalidade de preservar a qualidade dos dados coletados e reunir as informações produzidas na Atenção Primária à Saúde (APS) (MEDEIROS et al., 2017).
A implantação do SIAB se deu por meio do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) em 1988, juntamente com a Coordenação de Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde, na qual a operacionalização era feita por um programa de computador e por algumas fichas e relatórios.
Posteriormente, dada à burocratização do SIAB e suas imensas dificuldades, como falhas do sistema, dificuldades na coleta e interpretação dos dados, além das variedades de instrumentos para obtenção de dados, houve a necessidade de sua substituição. Assim, o Ministério da Saúde por meio da Portaria n°1.412, de 10 de junho de 2013, lançou um novo sistema, o Sistema de Informação para Atenção Básica (SISAB), o qual a operacionalização se dá pelo E-SUS Atenção Básica (AB).
Essa estratégia tem a finalidade de aprimorar cada vez mais o SUS, tornando-o completamente eletrônico, e ainda colaborar no gerenciamento de informações produzidas no processo de trabalho das equipes de AB. Por conseguinte, a estratégia e-SUS AB contribui de forma ativa no processo de trabalho por meio da otimização dos dados de usuários e atividades de profissionais e a integração entre os sistemas de informação do SUS, sintetizando com autonomia os registro, processos e informações e fornecendo subsídios para gestão e continuidade do cuidado.
No entanto, é importante destacar que a implantação da estratégia e-SUS AB vai além do preenchimento de fichas, englobando assim, elementos essenciais para o desenvolvimento e análise dos dados coletados que contribuem para a tomada de decisão. Nesse contexto, identifica-se a necessidade de cumprir as diretrizes fixadas por programa ou política e de produzir informações sobre a produtividade e alcance de metas atreladas a financiamentos.
Sendo assim, a logística de implementação dos sistemas implica em potencializar a utilização de tecnologias da informação, tornando-se importante o conhecimento da informação para que seja avaliada, discutida e consensuada, a fim de obter os objetivos desejados.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu identificar na literatura a importância e significância da criação e implementação dos sistemas de informação no âmbito da AB. Destacou-se no decorrer da presente revisão de literatura, a implantação do sistema e-SUS que possibilitou melhorias na informatização das informações.
Assim sendo, acredita-se que para que esse sistema seja eficaz, torna-se necessária a otimização do seu acesso e alimentação correta e atualizada do mesmo, visto que a qualidade das informações interfere diretamente nas ações em saúde desenvolvidas e na tomada de decisão por parte dos gestores.