Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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PERCEPÇÃO DE GESTANTES DE ALTO RISCO SOBRE O PRÉ-NATAL ODONTOLÓGICO EM ITAPEMIRIM- ES.
Vinícius da Penha Moreira Lugato, Luciane Zanin Souza, Flávia Martão Flório, Arlete Maria Gomes Oliveira

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


O objetivo do estudo foi identificar a autopercepção das gestantes de alto risco sobre a importância do pré-natal odontológico, atendidas no Centro de Referência a Mulher - Programa de Saúde da Mulher Casa Rosa do Município de Itapemirim-ES, vez que o projeto é referência para o cuidado de saúde de mulheres, oferecendo acompanhamento para gestantes e puérperas gratuitamente. As gestantes são consideradas de alto risco por apresentarem características individuais e condições socioeconômicas desfavoráveis, história reprodutiva anterior, doença obstétrica na gravidez atual, ou intercorrências clínicas. Para tanto, foi desenvolvido um estudo observacional, quantitativo, transversal, de caráter descritivo com aplicação de questionário validado, fechado, composto de 18 (dezoito) questões relacionadas ao perfil das voluntárias, à sua condição sistêmica, hábitos de higiene e conhecimento sobre saúde bucal durante a gestação e os dados obtidos foram submetidos a análise descritiva sumarizando os dados demográficos da população incluída e posteriormente análises de regressão logística univariada e múltipla para verificar a associação das variáveis independentes às gestantes que consideram sua saúde bucal péssima/ruim. Setenta e sete gestantes responderam ao questionário de um total de 91 convidadas, sendo a taxa de resposta positiva igual a 84,6%. A média de idade das gestantes foi de 27,3 anos (SD 7,09), sendo a idade mínima de 14 anos e máxima de 43 anos. A maioria das gestantes trabalha em casa (59,7%), possui ensino médio completo (36,4%) e não estava na primeira gestação (66,2%)). Quanto às necessidades odontológicas a maioria não apresentava problemas bucais que as deixassem preocupadas (76,6%), tampouco problemas ao mastigar (83,1%) ou sangramento (63,6%), mas relatavam algum problema com os dentes (53,2%). Além disso, a maioria não relata medo de realizar tratamentos odontológicos (66,2%) e utiliza os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) (68,8%). Dessa maneira, a maioria apontou sua percepção de saúde bucal como sendo regular, excelente ou boa (84,4%). Quanto ao conhecimento sobre saúde bucal, a maioria acredita serem necessários maiores cuidados dos dentes durante a gestação (92,2%), recebeu orientações sobre tratamento dentário na gestação (61%), mas acha o acesso à informação sobre pré-natal odontológico precário (53,2%) e gostaria de receber mais orientações sobre o assunto (90,9%). Apenas as questões relacionadas à problemas de mastigação e acesso precário às informações sobre pré-natal odontológico foram estatisticamente significantes no modelo final. Destaca-se que gestantes que apresentaram autorrelato de problemas ao mastigar alimentos apresentam 13 vezes mais chances de uma percepção péssima sobre sua saúde bucal (13,23; IC95% 1,09-160,77). Do mesmo modo, gestantes que acham o acesso à informação sobre pré-natal odontológico precário têm 11 vezes mais chances de apresentar uma percepção de saúde bucal como péssima (11,46; IC95% 1,03-127,14). Conclui-se que, em sua maioria, as gestantes estão conscientes sobre a importância do pré-natal odontológico, acreditam que os cuidados e hábitos relacionados à saúde bucal são importantes durante a gestação e gostariam de receber mais orientações sobre o assunto, por considerarem precário o acesso às informações, fatores que poderão guiar a necessidade de políticas voltadas para essa população.