Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Intervenção mediada por pais de crianças com TEA : Um relato de experiência a partir de vivências em um programa de formação parental.
Ana Luiza Barbosa Cordeiro, Glenda Miranda da Paixão

Última alteração: 2022-02-02

Resumo


Este trabalho apresenta a experiência com o projeto de extensão de formação parental: “Promoção  das ocupações de crianças com alterações no desenvolvimento” da Universidade Federal do Pará (UFPa), o qual visa atender as demandas ocupacionais de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e amenizar os comprometimentos causados por este atraso. Suas atividades são desenvolvidas por acadêmicos do 4 ao 9 semestre do curso de terapia ocupacional da UFPa, a partir de orientações por meio de encontros e materiais educativos como: cartilhas. Utilizou-se uma abordagem baseada em evidências científicas para apresentar aos pais propostas de estimulação e acompanhamento dos seus filhos em casa, já que devido a Pandemia de Covid-19 diversas atividades presenciais foram interrompidas.A fim de selecionar os participantes, inicialmente utilizou-se um formulário online com as seguintes perguntas de identificação: estar inscrito no formulário, ser pai, mãe ou principal cuidador de criança com diagnóstico de TEA, crianças de ambos os sexos na faixa etária de 1 a 12 anos, residente no Estado do Pará e ter acesso a internet.Foram convidados 33 pais, ao serem selecionadas recebiam um questionário com 13 perguntas fechadas e respostas em Escala Likert divididas em alternativas entre 1 e 5, as quais representavam uma ordem crescente do nível de conhecimento do participante sendo 1 = muito baixo e 5 = muito bom. Foram realizados 8 encontros semanais de modo online, pela plataforma Google Meet com duração de 2 horas, divididos pelas seguintes temáticas: definições e características do TEA, atividades de vida diária (AVD), manejo de comportamentos inapropriados, participação escolar e etc. Por fim, os participantes com 50% de presença recebiam um certificado de participação e também o questionário com as perguntas iniciais, objetivando uma nova coleta de respostas para avaliar a satisfação e os efeitos do programa.De acordo com as respostas coletadas antes de iniciar o programa, mais de 50% dos envolvidos tinham domínio das noções básicas acerca do TEA, como as principais características do transtorno e de que forma se manifestam no cotidiano dos filhos. Também apresentaram alto nível de compreensão quanto a importância do brincar, sobre sua participação em assuntos escolares e acerca da organização de uma rotina. Entretanto, aspectos como manejar comportamentos inapropriados, estabelecer regras e realizar atividades de vida diária (AVD), relacionadas a autocuidado, foram relatadas como desafio por 24,2% dos participantes e que os filhos apresentavam uma certa dificuldade em executar. Contudo, nesses pontos, após o programa, foi possível perceber uma forte diferença nas respostas dos participantes. Eles relataram que as aulas foram esclarecedoras e pontuais em suas dificuldades, podendo tirar suas dúvidas, compartilhar vivências e aprender estratégias para utilizar em casa com os filhos.A família possui um papel fundamental no processo de desenvolvimento da criança, a intervenção mediada pelo pais mostrou-se uma alternativa eficaz e válida para auxiliar e estimular o crescimento dos filhos. Também promoveu um aumento no nível de compreensão dos pais em relação as especificidades do diagnóstico, o que influencia na redução do estresse parental, na ansiedade e depressão das mães.