Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Parteiras tradicionais no pré-natal no Distrito Sanitário Especial Indígena alto rio Solimões, Amazonas
Cristiane ferreira da Silva, Julio cesar Schweickardt, lourdes firmino araujo, nilda tiago lizardo, viviane lima vercosa, henrique ferreira vaz, janayla almeida bruna de oliveira

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


APRESENTAÇÃO: O Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Solimões é formado por 13 Polos Base em 07 municípios, atendendo uma população de 72.311 indígenas aldeados de 07 etnias distribuídas em 241 aldeias. Em todos os Polos Base há uma agenda de consulta de pré-natal, que preconiza o mínimo de 6 consultas. Na tradição indígena as parteiras tradicionais são fundamentais, pois as mulheres buscam o atendimento das parteiras mesmo com a presença das equipes multidisciplinares de saúde indígena. OBJETIVOS: O presente trabalho busca destacar o papel das parteiras na promoção do cuidado em saúde na tríplice fronteira. Desse modo, abordamos os desafios para o alcance do atendimento integral a população indígena. MÉTODOS: As informações apresentadas foram coletadas do banco secundário de informações  Sistema de informação da Saúde Indígena (SIASI) e do instrutivo de cálculos de indicadores indígenas. O registro oficial do SIASI foi implementado em 2016. Os dados anteriores, portanto, podem não estar no sistema, embora expressem um contexto e o registro realizado pela coordenação da saúde da mulher no DSEI.  A partir de 2016, a equipe de saúde da mulher realiza o monitoramento e registro de todas as gestações e do respectivo acompanhamento de pré-natal. As gestantes são captadas através de consultas agendadas pelos agentes indígenas de saúde, por demanda espontânea e visitas domiciliares. RESULTADOS: Ao analisarmos os registros de nascidos vivos de partos domiciliares que constam no SIASI, observamos que em 2020 houve 2.295 gestações, sendo 2.214 acompanhadas em pré-natal, alcançando 96% de cobertura. No total foram realizadas 12.448 consultas, firmando média de 5,42 consulta por gestante. 1.249 gestantes tiveram 6 ou mais consultas, representando 54% das gestantes acompanhadas. Verificamos que mesmo havendo a presença das EMSI nas comunidades, o acompanhamento dos nascimentos pela parteira se faz presente. Ao analisarmos os nascimentos no DSEI ARS, o percentual de partos acompanhados pelas parteiras tradicionais indígenas prevalece muito significativo chegando a 52,06% dos partos, o que confirma a necessidade de realizar as qualificações, através de oficinas de troca de saberes, com as parteiras tradicionais e a EMS, tendo como resultado efeitos sobre a redução da morbimortalidade materna, infantil e fetal. Na maior parte dos Polos, as parteiras tradicionais já participam do pré-natal, configurando um cuidado intercultural e uma saúde integral. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A maior dificuldade no pré-natal continua sendo o período que a gestante inicial, pois culturalmente a mulher indígena se percebe grávida quando a barriga aparece, geralmente após o primeiro trimestre. Por isso, dentro do acompanhamento de pré-natal umas das principais estratégias é a conscientização das EMSI para que reconheçam as parteiras tradicionais como importantes parcerias na atenção à saúde da comunidade e da mulher indígena. Nesse sentido, a gestão da saúde da mulher promove ações para que aconteça o encontro e troca de saberes entre a equipe e as parteiras indígenas. Por fim, nas diversas oficinas de trocas de saberes realizadas nas comunidades indígenas, fica evidente que há uma motivação para encontros e diálogos entre as diferentes formas de conceber o