Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Fazer-SUS na formação em saúde: registros autoetnográficos do papel do VER-SUS na trajetória de futuras/os profissionais
Josiane Teresinha Ribeiro de Souza, Manuelle Maria Marques Matias, Thaiara Dornelles Lago, Talita Abi Rios Timmermann, Vinícius Campelo Pontes Grangeiro Urbano, Afonso Ricardo de Lima Cavalcante, Lavínia Boaventura Silvia Martins

Última alteração: 2022-08-08

Resumo


Apresentação: O Fazer-SUS na formação em saúde pode ser apresentado desde diversas arestas, como os estágios, diálogos em aula, ou com os diversos congressos que tecem redes e fazem florescer o desejo por conhecer o cenário de prática e/ou aproximar estudantes ainda em suas formações a um dos campos de atuação que lhes é possível, e o que mais emprega muitas/os recém-formados em áreas da saúde, o trabalho no SUS. No entanto, uma dessas arestas, e uma potência gigante ao transformar a trajetória de diversos profissionais em saúde, é o Projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS). Portanto, neste trabalho o que se pretende é apresentar o Fazer-SUS pelos registros etnográficos de uma profissional de saúde que em sua caminhada esteve nos lugares de vivente, facilitadora e comissão organizadora de VER-SUS.

Desenvolvimento: Este relato se insere nos estudos qualitativos de orientação pós-humanista, considerando uma autoetnografia afetiva na formação em saúde para o trabalho no SUS. Considerar a trajetória formativa como possibilidade para registros autoetnograficos torna possível conhecer estratégias que têm ressoado nas/os futuros profissionais, bem como o modo como ressoam e, debruçar-se no conteúdo dessas afetações para elaborar ou reelaborar planos de ensino, matriz curricular e promover a discussão da formação dos cursos superiores no Brasil. Apesar do diálogo com a formação, a experiência em questão dá conta do âmbito prático do trabalho, abrindo portas para que estudantes das mais diversas áreas conheçam o cotidiano de serviços de saúde, das redes de atenção à saúde, muitas vezes desde antes da inserção própria em estágios. De tal modo, a realização de projetos VER-SUS ao longo do Brasil foi e é potência para uma geração de estudantes e profissionais, tanto pela formação, como no diálogo com os serviços, e nas próprias vivências que vão-se estabelecendo.

Resultados e/ou impactos: No seu propósito de conquistar corações e mentes, o VER-SUS tornou concretas muitas histórias de estudantes que logo do término da graduação ingressaram aos mestrados profissionais e/ou residências multiprofissionais em saúde, alçando os seus voos na luta e defesa do SUS no cotidiano dos serviços. A partir da autoetnografia se tratará de apresentar afetos, sensações, emoções, trajetórias e experiências que ressoavam/ressoam da participação no projeto VER-SUS, destacando a trajetória profissional guiada por estágios específicos em Atenção Primária à Saúde e formação em Residência multiprofissional em Estratégia de Saúde da Família, bem como a formação acadêmica. De tal modo, dialogar sobre as marcas deixadas pelo VER-SUS na trajetória e cenário de prática de trabalhadoras/es.

Considerações finais: O VER-SUS enquanto estratégia para qualificar a formação de profissionais em saúde deixou/a marcas que, todavia, ressoam no cotidiano do trabalho de trabalhadoras/es. Sua existência potencia o trabalho vivo em saúde, o trabalho afetivo e a reflexão sobre as práticas em saúde desde os passos iniciais da formação, destacando seu caráter organizativo de estudantes para estudantes. Assim sendo, se relevam aquelas estratégias que acercam graduandas/os ao cotidiano do trabalho no SUS, produzindo afecções.