Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A ASSISTÊNCIA MÉDICA NUCLEAR NA AMAZÔNIA BRASILEIRA (2015-2017)
Elton Carlos de Oliveira Borges, Luciene das Graças Mota, Kátia Ferreira Costa Campos

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


A Medicina Nuclear é uma especialidade médica, diagnóstica e terapêutica, apoiada por diferentes profissionais, cujos procedimentos são pouco invasivos, bastante seguros e aplicados a todas as faixas etárias, sendo extraordinária sua detecção funcional, ao contrário de outros métodos imagenológicos. No Brasil, todavia, a distribuição dos seus serviços apresenta grande déficit e acentuada assimetria de acesso, especialmente, na região Norte, cuja população, apesar de não ser a menor do país, é a menos assistida. Desta feita, teve-se como objetivo geral descrever a distribuição dos Serviços de Medicina Nuclear na mencionada região, estabelecer indicadores de assistência e de demanda via Sistema Único de Saúde, e apontar os entraves para a sua expansão. Trata-se de uma pesquisa composta por revisão da literatura, na base Google Acadêmico, de publicações entre 2006 e 2018, em português, com resposta à expressão <distribuição da Medicina Nuclear no Brasil>; sem o estabelecimento de outros critérios de inclusão, considerado o número restrito de publicações sobre o tema. O estudo de caso foi constituído por análise descritiva da distribuição e oferta de procedimentos médicos nucleares nos estados nortistas, obtidos nos sites do SUS, do CNES, da ABMN e do IBGE a partir dos quais foram estabelecidos cinco indicadores: NRSMN (Número relativo de serviços médicos nucleares por 105 habitantes) que corresponde aos serviços médicos nucleares em determinado período, divididos pela população no mesmo período multiplicados por 105 habitantes. NREMN (Número relativo de equipamentos médicos nucleares por 105 habitantes) que corresponde aos equipamentos médicos nucleares em determinado período, divididos pela população no mesmo período multiplicados por 105 habitantes; NRMN (Número relativo de médicos nucleares por 105 habitantes) que corresponde aos médicos nucleares em determinado período, divididos pela população no mesmo período multiplicados por 105 habitantes; NRPMN (Número relativo de procedimentos médicos nucleares por 103 habitantes) que corresponde aos procedimentos médicos nucleares em determinado período, divididos pela população no mesmo período multiplicados por 103 habitantes; CAMN (Coeficiente de assistência médica nuclear) que corresponde à média entre os três coeficientes NRSMN, NREMN e NRMN de mesma ordem populacional (105 habitantes). Os resultados obtidos evidenciaram que o CAMN se estendeu entre 0,41 e 0,08, com média regional de 0,23, destacando Rondônia (0,41) com o melhor resultado, seguido pelo Acre (0,30), Amazonas (0,26), Pará (0,25), Tocantins (0,21), Amapá (0,12) e Roraima (0,08), este último com a menor população brasileira, mas, a mais desassistida. Deve-se destacar que o NRPMN representa, tanto quanto o CAMN ou até superior, um indicador expressivo para a avaliação da qualidade da assistência prestada. Portanto, foi possível concluir que a desassistência médica nuclear, especialmente, a sofrida pela população nortista, pode ser associada a um diversificado quadro de ocorrências, da limitação da demanda por desconhecimento da população médica ou cotização de procedimentos via SUS à limitação da oferta por falta de Serviços de Medicina Nuclear. Pode ser atribuído também às dificuldades logísticas para a sua implementação, mas não à falta de demanda ou do seu potencial, o que pode ser tratado por uma ampla divulgação da eficiência dos seus recursos.