Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-05
Resumo
APRESENTAÇÃO
Tem como objetivo relatar, sob ótica farmacêutica, rotinas e impacto das atividades práticas realizadas em uma Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância em saúde, especificamente no setor de vigilância epidemiológica.
DESENVOLVIMENTO
A residência em questão, oferecida pela Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, tem duração de dois anos e contempla o aprendizado nas quatro áreas que a compõe: ambiental, epidemiológica, sanitária e saúde do trabalhador. Tais áreas são divididas em setores e funcionam como campo de prática, nos quais há rodizio entre os residentes. Em cada um deles, cada grupo permanece por um período que varia de 3 a 9 meses. O período de permanência na vigilância epidemiológica compreendeu os meses entre março e dezembro de 2021.
Nos 6 primeiros meses, contemplaram-se as práticas nas áreas de Infecções Sexualmente transmissíveis; Doenças e Agravos não transmissíveis; Doenças transmitidas por vetores e Zoonoses. Nesse período, houve participação de inúmeras reuniões junto as referências técnicas, nas quais orientavam-se as regionais e municípios quanto a inúmeras situações de saúde. Além disso, foi realizada análise de dados nos sistemas de informação, visando desenvolvimento de boletins epidemiológicos e ações de saúde plausíveis quanto às doenças e agravos tratados. Realizaram-se algumas visitas técnicas a fim de auxiliar em situações emergenciais e capacitar as equipes para ações em seus territórios. Por estarmos em período de pandemia, todos os profissionais residentes auxiliaram nas notificações em pontos de testagens de COVID-19.
As atividades desenvolvidas nos 3 meses seguintes, no Programa Estadual de Imunizações, envolveram inúmeras reuniões, desenvolvimentos de notas técnicas, além de respostas à ouvidorias e demandas políticas, sendo a maioria ligadas à pandemia e a vacinação contra a COVID-19. Mesmo com a alta demanda para a situação em questão, observou-se como deve-se trabalhar em ações de vacinação das demais Imunopreveníveis, mostrando a necessária habilidade da vigilância em tratar de situações emergenciais e prosseguir com os trabalhos de rotina.
Esses campos possibilitaram acompanhamento das funções das referências técnicas, observando como o profissional de vigilância estadual trabalha no papel de orientação e desenvolvimento de ações na rede de atenção à saúde. Além disso, observou-se a importância do trabalho multiprofissional no desenvolvimento de ações para resolução dos problemas. Atividades de gestão também foram acompanhadas à medida que participávamos de reuniões de saúde junto à representantes políticos.
Apesar da possibilidade de atuação farmacêutica na maior parte dos setores conhecidos nesse período, não há, em nenhum deles, entre servidores públicos concursados e contratados, a alocação desse profissional.
RESULTADOS
O fato de ser uma formação multiprofissional permitiu o aprendizado de algumas áreas que não são de comum ocupação do farmacêutico, ampliando a visão de saúde de acordo com a complexidade que lhe é característica.
CONSIDERAÇÕES
Residências multiprofissionais proporcionam o conhecimento de setores da saúde não acessados normalmente quando se consideram as especificidades de cada profissão. Possibilitam concretizar o conceito de saúde única: colaborativa, multiprofissional e multisetorial.