Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Gênero, Diversidade sexual e saúde: estratégias de fortalecimento e qualificação na formação em saúde
João Batista de Oliveira Junior, Virgínia de Menezes Portes, Murilo Kazuo Iwassake, Rodrigo Otávio Moretti Pires

Última alteração: 2022-02-24

Resumo


Trata-se de um relato de experiência de pós-graduandos e um graduando na área da saúde na região sul do país. O objetivo da atividade foi promover um espaço de diálogo a reflexão acerca da temática de gênero e diversidade sexual em saúde, sobretudo, por meio da lente da saúde coletiva. Tal investimento teórico e prático baseia-se no reconhecimento de que as abordagens desses temas ocorrem de maneira insuficiente – ou inexistente em alguns casos - no campo da formação e da prática em saúde.  A experiencia ocorreu na “XVIII Semana da Pesquisa, Ensino e Extensão da UFSC (SEPEX)” no mês de novembro de 2020, de maneira virtual, por conta das restrições impostas pela pandemia por COVID-19. Diante do compromisso ético, estético e político com a aprendizagem significativa, autônoma e crítica, os autores ofereceram um curso com linguagem acessível, dialógica e voltada para os diferentes cursos da área da saúde e demais pessoas interessadas. O curso teve a duração de quatro horas e foi estruturado em um formato dialogado, da forma que os conteúdos fizessem sentido para os participantes, para isso, em um momento inicial, além da apresentação, cada participante trouxe a motivação e o entendimento para realizar a formação. Os temas chaves abordados no curso foram: “Conceitos em Gênero e Diversidade sexual”; “Temáticas contemporâneas em gênero e sexualidade” e “Políticas públicas, direitos e atuação profissional”. O enfoque de cada uma das temáticas partiu de um olhar de gênero e sexualidade entendidos como determinantes no processo saúde doença e um marcador social da diferença que estigmatiza, marginaliza, subordina e afeta nos diferentes campos de vida e saúde dessa população. A discussão foi pautada em marcos conceituais a partir de autores referência como Judith Butler, Simone de Beauvoir, Michel Foucault entre outros, bem como documentos oficiais, como a Política Nacional de Saúde Integral LGBTI+, partindo de constructos teóricos e dados epidemiológicos na construção de um debate sólido e urgente. As discussões realizadas evidenciaram grande interesse da temática por parte dos participantes e denotou ainda mais a incipiência de tais conteúdos na formação em saúde, apontando que grande parte das pessoas que participaram tinham algum interesse prévio pela temática. Ressalta-se ainda, a potência desses espaços de formação de maneira extracurricular, porém, a inclusão no decorrer da formação é imprescindível. Cabe salientar que a aposta pedagógica se baseou não apenas na reflexão crítica da formação assistencial, mas, principalmente, na capacidade de articulação com a organização do Sistema Único de Saúde, configuração das Redes de Atenção, Gestão do Trabalho e sobretudo, no acolhimento e escuta qualificada. Conclui-se que a experiência foi exitosa e capaz de contribuir com a atuação de futuros profissionais de saúde comprometidos com o cuidado integral, com a manutenção da vida e de acordo com tantos outros valores estruturantes da Saúde Coletiva, ainda, que espaços de ensino e extensão devem ser fomentados  e articulados a fim de subsidiar o fortalecimento e a qualificação da formação em saúde.