Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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TELEATENDIMENTO EM FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL NO CONTEXTO DA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CENTRO MUNICIPAL DE ESPECIALIDADE DE VITÓRIA/ES
Julia fabres do Carmo, Thais Lousada Brumatti, Jaderson Felipe Oliveira Araujo, Karla Nascimento Netto Zangerolame, Maika Queiroz Ferreira Bremenkamp.

Última alteração: 2022-02-06

Resumo


Apresentação: O município de Vitória/ES conta com uma equipe de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que atuam no Centro Municipal de Especialidades. Diante da pandemia da COVID-19, os atendimentos desta equipe foram suspensos entre o final de março e o final de abril de 2020. Para dar continuidade às ações de assistência, os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais perceberam a necessidade de modificar o processo de trabalho e, em acordo com os gestores, apostaram no teleatendimento. O objetivo deste relato é descrever a experiência do teleatendimento em fisioterapia e terapia ocupacional deste serviço. Descrição da experiência: A implantação do teleatendimento ocorreu em etapas que envolveram o mapeamento da situação, o planejamento e a execução. Primeiro foi realizada a leitura da realidade pelos técnicos e a gestão local, que juntos e com base nas resoluções do conselho profissional definiram que era possível prestar atendimento aos munícipes de forma remota e retomar atendimentos presenciais em menor escala, atendendo a critérios específicos e em concordância com as normas sanitárias exigidas. Posteriormente o grupo planejou e construiu um fluxograma para orientar as ações: Por meio de chamada telefônica, o profissional realizava o primeiro contato e classificava  o paciente quanto a elegibilidade para o atendimento presencial ou teleatendimento. Os critérios adotados para o atendimento presencial era o não pertencimento a grupo de risco para agravamento da COVID-19 e a urgência dos casos. Os pacientes elegíveis ao teleatendimento deveriam  primeiramente aceitar a modalidade e dispor de acesso à internet e aplicativo para chamada de vídeo. As sessões de teleatendimento iniciaram em maio de 2020 e foram realizadas de maneira síncrona, por meio de chamada de vídeo, e com suporte assíncrono, com disponibilização de vídeos, imagens e áudios explicativos. A partir de novembro de 2020 os teleatendimentos foram reduzindo gradativamente e aumentando o atendimento presencial. Ainda assim, os teleatendimentos ocorreram até agosto de 2021, época em que foram substituídos integralmente pelo presencial. Resultados: Foram realizados 1551 atendimentos em fisioterapia e terapia ocupacional entre maio a agosto de 2020, destes, 1054 foram teleatendimentos. Cabe destacar que no mês de agosto de 2020 o aproveitamento das vagas alcançou 83,5% do total,percentual superior ao aferido no mesmo mês em 2019, em que o aproveitamento foi de 78%.  O teleatendimento garantiu a continuidade das ações, evitando  agravamentos de condições dolorosas, promoveu recuperações funcionais e estímulo à autonomia dos usuários nas atividades de vida diária. Esse novo cenário promoveu modificações e inventividade na forma de exercer o cuidado, os profissionais criaram e compartilharam em equipe estratégias para viabilizar o processo terapêutico, lidando com o distanciamento físico, problemas de acesso à internet e espaço físico do paciente.Considerações finais: A oferta de atendimentos em fisioterapia e terapia ocupacional na modalidade de teleatendimento se mostrou uma alternativa viável à continuidade da assistência no contexto de pandemia da COVID-19. Para garantir a efetividade do teleatendimento foi necessário aprimorar as tecnologias de cuidado, em particular o acolhimento e a produção de vínculos.