Apresentação: a partir de 1980, houve um surto da epidemia causada pelo vírus da imunodeficiência Humana (HIV). Desde então, o Brasil registrou cerca de 360.323 óbitos em razão da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids), tendo como foco da epidemia as regiões sul e sudeste do país. Apesar disso, houve redução da taxa de mortalidade nacional com 29,9% de 2010 a 2020. No entanto, o estado do Pará não acompanhou essa tendência, apresentando um acréscimo na taxa de mortalidade de 6,5%. Verifica-se, portanto, a necessidade da identificação dos fatores que influenciam nessa conjuntura epidemiológica no estado paraense. Diante disso, o estudo teve com objetivo identificar as influências territoriais e econômicas sobre a taxa de mortalidade em pessoas idosas do sudeste e sudoeste do estado paraense. Método: este é um estudo ecológico, retrospectivo de abordagem quantitativa realizado com dados do SIM-Sistema de Informações sobre Mortalidade, no período de 2007 a 2018, dentro da faixa etária de 60 anos ou mais. A analise dos dados foram feitas por meio do programa ArcGIS 10.0 com técnica de Moran global E Índice Local De Associação Espacial (LISA).  Os dados foram disponibilizados pela Secretária de Estado de Saúde do Pará-SESPA, mediante parecer favorável. Resultados: os municípios da região sudeste do Pará que apresentam correlação espacial foram: São Félix do Xingu, Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Sapucaia. Já com relação a região sudoeste, o índice de Moran Global apontou autocorrelação espacial para as seguintes cidades: Itaituba, Trairão, Altamira e Jacareacanga. Entretanto, as demais microregiões do estado não apresentaram correlação direta, indicando, muito provavelmente, distribuição aleatória na taxa de mortalidade. Diante disso, nota-se a relação entre o quantitativo populacional e a ocorrência de infecções pelo HIV e óbitos por Aids. Em razão das grandes obras que aconteceram nas microrregiões do sudeste e sudoeste do estado, houve forte movimento migratório de pessoas para esses territórios que apresentaram expressiva taxa de óbitos, associada a estrutura insuficiente dos serviços de saúde disponíveis para esse contingente populacional. Considerações finais: a partir do estudo realizado é possível compreender melhor os fatores associados a epidemia de HIV/Aids em idosos, que servirá como subsídio na formulação de estratégias de saúde que atendam as demandas regionais, tornando-se assim mais assertivas e eficientes.