Traçamos neste resumo proposições do Projeto Geringonça [pedagogias da diferença. ecologias da vida] da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em destaque a didática [cartográfica] inclusiva. Desde os primeiros encontros do Projeto envolveram-se estudantes com e sem deficiência da Licenciatura em Pedagogia e de outros cursos da Universidade. Os princípios cartográficos e inclusivos do Projeto foram estruturados coletivamente e reavaliados ao longo de cada ação desenvolvida em espaços educativos de educação e saúde (2016-2022). Consideramos que a cartografia pode ser assumida e estabelecida em seus princípios, processos e práticas, ao tratarmos da didática dos processos de ensino e de processos de inclusão. A cartografia e suas aberturas deixam à mostra a atualidade do pensamento, a contemporaneidade da experiência e a singularidade do vivido. Por meio dela, como método de intervenção e pesquisa, o campo de experimentação aparece com suas complexidades. Torna-se, assim, destaque, as experiências, o que experimentamos, os processos de experimentação. Também se entremeiam à cartografia os relatos, as vivências, as pessoas, os trabalhadores, os professores, os usuários dos espaços de educação e saúde. As vidas e suas singularidades são sustentação e ponto de partida para os processos de construção de uma didática inclusiva em educação e saúde. Uma didática em educação e saúde, na contemporaneidade, pode ser inclusiva, menos burocrática e normalizadora. Porém, poderá depender de tantos quantos forem os olhares, investimentos e tentativas de atualizar a didática, algo que é parte da atividade e responsabilidade de educadoras e educadores, de formadores, de mediadores de processos de cuidado e aprendizagem. Uma cartografia do processo de ensinar, que se encontra com a didática acontecendo. A cartografia se compõe, necessariamente, de percursos, de desvios e de processos. A didática [cartográfica] inclusiva é um processo de feitura. É uma cartografia com as pedagogias da diferença por inclusão. Cartografia com inclusão é afeto e encontro, também paragens, pequenos erros, retornos e muitos acontecimentos inesperados. Cartografia é agenciamento. A didática [cartográfica] inclusiva é aquela que diz: chegamos juntes - experimentando diferentes recursos, ferramentas, instrumentos, contextos, realidade e narrativas - até aqui! Não se trata de conclusão, não é fechamento, não é perfeição, tampouco completude e finitude. É didática do incluir para ouvir, escutar, parar, repensar e implementar processos de ensino adequados à aprendizagem de todes e qualquer ume. A inclusão de pessoas com deficiência na Universidade ultrapassa a formação acadêmica em aulas da graduação, transborda para a pesquisa e a extensão universitária. Os estudantes, notadamente, sentem-se autores, atores e poesia em Projetos como o Geringonça. Nossos estudantes, extensionistas, pesquisadores, formadores e bolsistas com deficiência sendo respeitados, assumem autorias e têm orientação para confrontarem com potência e conhecimento as limitações e barreiras impostas tanto pela Universidade como pela sociedade.