Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-13
Resumo
Apresentação: Dentre as atribuições estabelecidas pela Política Nacional de Atenção Básica está o cuidado o cuidado integral, longitudinal e intersetorial da população adscrita. O Programa Saúde na Escola (PSE) foi instituído pelo Decreto Presidencial nº 6286 de 2007 e possui como um de seus objetivos a prevenção e o enfrentamento das vulnerabilidades de saúde que podem afetar no desenvolvimento escolar. Algumas dessas vulnerabilidades são as intensas mudanças físicas, psíquicas e de papéis sociais enfrentadas pelos pré-adolescentes e adolescentes. Essas fases são permeadas por sentimentos de baixa autoestima e inutilidade, bem como isolamento social. Sendo assim, o desenvolvimento de ações de promoção à saúde deve ocorrer a partir da comunicação dos profissionais da UBS com a escola, possibilitando o planejamento a partir das demandas identificadas, sendo essas ações planejadas e adequadas de acordo com o público alvo desejado. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de relato de experiência implementado por discentes da graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Espírito Santo. A ação foi desenvolvida em Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) localizada no território de saúde de São Cristóvão. O público-alvo foi estudantes do 6º ano ao 9º ano, faixa etária de 11 a 15 anos. As demandas de saúde apresentadas pelos estudantes eram relacionadas ao campo da saúde mental, como baixa autoestima e sentimento de exclusão social. Foram coletados dados subjetivos com caixas distribuídas pelas turmas, estampando uma questão norteadora, a partir da qual os estudantes descreviam seus sentimentos quanto a própria imagem e personalidade. Foi realizada uma dinâmica denominada “Elogie seu colega” com objetivo de fomentar o diálogo sobre as qualidades observadas entre os mesmos. Resultados e/ou impactos: Participaram da ação 244 estudantes, distribuídos em 22 turmas, segundo revezamento adotado pela escola, devido as medidas de restrição decorrentes da COVID-19. Os dados foram analisados utilizando a técnica de análise de conteúdo temática, classificados em: aspectos relacionados a imagem de si, a forma como o outro vê o adolescente interfere na sua auto imagem e talentos e habilidades referidas pelo estudante. Á partir da análise dos discursos das caixas com questão norteadora, observou-se que comentários da família e dos colegas de classe impactam diretamente na autoestima dos estudantes. A maioria dos comentários relatados pelos estudantes era de cunho pejorativo. Fez-se evidente que os alunos viam a escola como um ponto de apoio para compartilhar e discutir as violências sofridas. Considerações finais: Fez-se evidente que os objetivos de troca, desconstrução e reconstrução da auto imagem dos adolescentes foram atingidos. A utilização de metodologias ativas possibilitou a participação dos estudantes como agentes do próprio cuidado e a criação de vínculo com os proponentes da ação. Além disso, os estudantes aprendem seu papel na promoção da saúde dos colegas de turma. Assim, conclui-se que a ação foi de grande importância para as acadêmicas, servindo de experiência e grande valia na aquisição de novos conhecimentos e metodologias, para utilização ao longo da carreira profissional.