Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UM PACIENTE COM DOR AGUDA É HIPÓTESE DIAGNÓSTICA DE CISTOS OVARIANOS: UM RALATO DE EXPERIÊNCIA
MIRLANE DA COSTA FROIS, DARCLEY DE SOUZA QUEIROZ, MARIANE SANTOS FERREIRA

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Introdução: O abdome agudo é definido pela dor aguda na região, sem a presença de trauma aparente, porém precisa dos cuidados médicos ou cirúrgicos. Êmese, enjoo, pirexia e mudanças nas eliminações vesicais são algumas das alterações ocorridas. A classificação depende da causa inicial, assim pode ser hemorrágico, obstrutivo, vascular e inflamatório. As maiores causas de óbito são nas classificações obstrutiva, perfurativa e vascular. Por outro lado, a classificação predominante nos casos de abdômen agudo é o inflamatório. A obtenção rápida do diagnostico etiológico relacionado ao Abdome Agudo contribui para desfechos positivos, assim desenvolver um bom exame físico céfalo - caudal, e obter exames laboratoriais como hemograma completo e de urina e fezes, de gravidez, os hepáticos e imagem são fundamentais.Nas mulheres a manifestação de cisto ocorre entre as idades 20 e 50 anos, com caráter benigno em aproximadamente 80% dos casos. O ovário é o mais acometido, por possui várias propriedades correlacionadas, são elas genéticas, embriológicas, oncogênicas, arranjos estrutural e funcional. De acordo com a vivencia clínica, a incidência se torna ainda maior em mulheres com menopausa, pela ausência da função reprodutiva e pelo envelhecimento. O abdome agudo é um dos sinais produzido quando presente cistos ovarianos, principalmente nos períodos inicias da doença, a constipação intestinal e a retenção urinaria são também condições desenvolvidas devido a pressão exercida por massas císticas volumosas. O objetivo do relato e abordar a experiência vivenciada no setor de urgência e emergência da paciente com Dor Abdominal Aguda, de provável hipótese diagnostica - cisto ovariano, ademais conhecer e intervir através da sistematização da Assistência de enfermagem. Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado por acadêmicas do curso de enfermagem da Universidade do Estado do Pará – Campus XII, no período de 13 de dezembro 21/12/2021 durante estágio supervisionado em Urgência e Emergência. Foi coletado dados no prontuário e através do exame físico de um hospital público do oeste do Pará, traçado diagnóstico de acordo com NANDA, NIC e NOC. Resultado: S.P.C, 46 anos, e deu entrada no PSM no dia 13 de dezembro de 2021 com história de que há   2 anos percebeu nódulo, palpável localizado em região do abdome direito, o qual aumentou de tamanho. Nos últimos dois dias evolui com dor abdominal intensa, tendo edema em MMII, sensação de inchaço, náuseas seguida de êmese, dificuldade para alimentar -se e não evacua há 7 dias. Nega sangramento vaginal, tabagismo, estilismo alergias medicamentosas e alimentar. Paciente demonstra tristeza, medo e insegurança. No momento da admissão encontrava-se com hipertemia, taquipneia, hipotensão, normocardia e com baixa saturação, tempo de enchimento capilar menor que 3 segundos (TAX: 38°C, P: 82 bpm, R: 28 rpm,PA: 90x60 mmhg, SPO2: 92%) não apresentou sintomas gripais nos últimos 15 dias. Foi passado sonda nasogástrica evoluindo com eliminação de pouco débito gástrico. Submeteu-se a realização de exames laboratoriais e de imagem, com os seguintes resultados: USG de abdome total apresentou: volumosa lesão cística  multiseptada se estendendo na região  direita ao abdome superior de provável origem ovariana medindo aproximadamente 22,0 X 16,7 X21,0 cm com volume de 2105,5 cm cúbico; lesão cística multiseptada localizada em região  esquerda medindo 10,9 X 4,1 X 7,7 cm com volume de 184,0 cm cúbico; pâncreas não visualizado devido interposição gasosa de alças intestinais. Hemograma: Hb: 14,0, Hemat: 39, Leucócitos: 6.580, Plaquetas: 413.000; TGO: 116   referência <40 eTGP: 68    ref: < 35; feito RX de tórax. Iniciou-se terapia medicamentosa com:  Soro Fisiológico, Omeprazol comprimido, Lactulona, Oleo mineral, Tramadol, Bromoorida e Dipirona. Foi solicitada avaliação da cirurgia geral, o qual solicitou TC com contraste do abdome total. Ao exame físico apresenta: pele e mucosas levemente hipocoradas; emagrecimento e pele ressecada; Higiene corporal insatisfatória; couro cabeludo íntegro e com sujidades; abdome globoso, rígido e doloroso à palpação superficial; MMII edemaciadas. FF: diurese em pouca quantidade e não evacua há 7 dias. Quanto aos Diagnósticos de Enfermagem a Dor aguda relacionado a nódulo abdominal, evidenciado pela dor a palpação superficial; Constipação relacionado a diminuição da eliminação fecal, evidenciado pela dor abdominal; Nutrição Desequilibrada: menos que as necessidades corporais relacionado a êmese, dor abdominal e pele ressecada, evidenciada pela falta de interesse em alimentos. Padrão respiratório ineficaz relacionado a dor e evidenciado pela taquipnéia; as intervenções de Enfermagem foram: Administração de analgésicos, Monitoração dos sinais vitais (PA; TAX; FC; FR); aumentar a ingesta hídrica, estimular a deambulação, aplicar supositórios (fleet enema) se necessário; monitorar a ingesta de alimentos; administrar medicação prescrita (Nausicalm B6); manter oxigenoterapia de acordo com prescrição, tais ações realizadas tem como finalidade melhorar o quadro de saúde da paciente, visto que, pode ter agravamento se não houver intervenções, assim desenvolver a sistematização dentro do setor de urgência e emergência é desafiador, uma vez que a Dor Abdominal Aguda possui etiologia variadas. Para se ter intervenções imediatas é necessário segundo a literatura, a investigação histórica e clínica, a realização do exame físico e laboratorial. Dentro do setor urgência e fundamental uma TC, pois disponibiliza diagnósticos instantâneos, o que assegura decisões e escolhas de tratamentos apropriados. Ademais segundo estudos, os casos DAA estão entre as 3 principais queixas citadas pelo paciente durante o atendimento. Considerações finais: durante o acompanhamento pôde ser notado, o quão desafiador é desenvolver uma assistência qualitativa ao paciente na unidade de urgência e emergência, no caso da paciente com diagnostico de DAA, o desafio foi maior, pela inespecificidade do quadro etiológica, diante do atendimento individualizado, humanizado, foi possível chegar a um fator causal, assim estabelecendo intervenções de enfermagem certas, as quais promoveram gradativa melhora da condição de saúde da paciente.