Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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A “SAÚDE” SOB DOIS ÂNGULOS: REVISANDO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM PARINTINS
Última alteração: 2022-02-01
Resumo
Apresentação: Apresenta-se resultados parciais do projeto em andamento intitulado “A ‘SAÚDE’ SOB DOIS ÂNGULOS: REVISANDO A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM PARINTINS”, o qual pretende desvelar as perspectivas diferenciadas do cuidado em “saúde” sob dois ângulos de atenção: I) dos profissionais vinculados à Coordenação de Atenção Básica da Secretaria Municipal de Saúde - Semsa e, II) dos “Terapeutas Alternativos do Cuidado em Saúde”; residentes em Parintins que atuem tanto na área urbana quanto na área rural e sobre como ambos entendem a Política de Práticas Integrativas e Complementares com a Portaria do Ministério da Saúde (PNPIC); se conhecem seus objetivos, sua natureza, sua finalidade e como por meio da PNPIC é possível pensar um formato diferenciado, integralizado, de promoção da “saúde” na Atenção Primária na confluência do cuidado em “saúde”. Desenvolvimento do trabalho: A metodologia desenvolve-se de modo a articular pesquisa bibliográfica, documental e de campo visando a entrevista com 62 participantes com o uso da Metodologia da História Oral com os terapeutas alternativos, 31 participantes, e roteiro de entrevista semiestruturada junto aos servidores da Semsa, 31 participantes. Entende-se que a “saúde” e, por seu turno, a doença, em síntese, o “processo saúde-doença”, demandam formas de atenção em que não se prescindem o contexto local perpassado pela cultura, sua história, sua economia, as relações políticas e, assim, a sociabilidade dos grupos humanos onde o cuidado necessita ser acionado. Esses elementos dão conta de explicitar o porquê de em municípios como Parintins no Amazonas coexistirem práticas diversificadas de atenção ao “processo saúde-doença”. Uma fusão, -- “sem diálogo explícito entre as duas perspectivas/ângulos de atenção ao processo ‘saúde-doença’” --, entre as formas institucionalizadas (oficiais) e as práticas de cuidado realizadas por terapeutas alternativos. Resultados e/ou impactos: O município em questão apresenta uma gama de atividades ‘terapêuticas alternativas”, voltadas à atenção ao “processo saúde-doença”, desenvolvidas por homens e mulheres detentores (as) de um conhecimento “ancestral” (“saberes e conhecimentos tradicionais” mediados pela oralidade) que, apesar da polêmica que perpassa a realização de suas atividades e de seu reconhecimento acadêmico, ou não, como “categorias e/ou variáveis de análise” – o que não desprezamos – têm resistido ao tempo e permanecido no campo das práticas de atenção ao “processo saúde-doença” in loco. Conforme Araújo (2008), Parintins dispõe de um número expressivo de homens e mulheres que exercem essa atividade tanto na área urbana quanto na área rural; são parteiras tradicionais, puxadores de ossos e desmentiduras, erveiros, benzedeiras, elaboradores de garrafadas, etc. Considerações finais: Os resultados parciais referem-se aos achados imediatos os quais demonstram a existência de uma rede de terapeutas alternativos cuja atividade complementa e/ou se sobrepõe aos cuidados biomédicos próprios do Sistema Único de Saúde local.