Tamanho da fonte: 

O projeto de extensão universitária intitulado "UFPB no combate à COVID-19: Apoio para a qualificação clínico-institucional das práticas de Apoio Matricial dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de João Pessoa - PB" ocorreu entre 03/05/2021 a 30/04/2022. Vinculado ao Departamento de Psicologia/CCHLA/UFPB, com colaboração do Departamento de Promoção da Saúde/CCM/UFPB e Coordenação de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa/ PB, o projeto contou com dez discentes dos cursos de Psicologia e Serviço Social e quatro residentes do Programa de Residência em Saúde Mental da UFPB. Reconhecendo-se a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão -  pilares fundamentais da universidade - partiu-se da valorização das atividades formativas no âmbito da extensão universitária. Este resumo trata-se de um relato de experiência acerca de um dispositivo formativo virtual no âmbito extensionista. Inicialmente, avaliou-se a importância da construção de um grupo de estudos para ampliar nosso conhecimento acerca do tema do matriciamento em saúde mental. Essa agenda teve como objetivo discutir leituras acerca da temática entre os membros do projeto. Posteriormente, com o amadurecimento dessa proposta, o grupo de estudos foi se configurando enquanto um dispositivo crítico e educativo, logo, de caráter formativo. Esses encontros ocorreram quinzenalmente por meio da plataforma Google Meet e as discussões foram disparadas por: (a) referências indicadas pelos próprios integrantes do projeto; (b) experiências in loco dos residentes associados ao projeto; e (c) inquietações dos extensionistas frente a intersecção teoria/prática. Os encontros formativos foram fomentados por documentos oficiais do Ministério da Saúde; textos que abordam o arranjo clínico-institucional do apoio matricial; e teorias sobre fenômenos subjacentes a essa prática. Nesse sentido, é possível resumir as temáticas trabalhadas em duas categorias: 1. O que é o matriciamento e seus instrumentos; 2. O apoio matricial aplicado à RAPS, inclusive de João Pessoa. O espaço formativo se mostrou muito potente para nos aproximar da experiência do apoio matricial, principalmente por não seguir o modelo vertical de ensino, ou seja, a fala circula e é capaz de abranger diferentes sentidos e vivências dos extensionistas e demais integrantes do projeto. Também, a presença dos residentes que estavam atuando no território foi primordial para se compreender mais sobre o trabalho vivo e as dificuldades que atravessam o apoio matricial no contexto pandêmico de COVID-19. Diferentemente do paradigma tradicional de ensino, o fomento de rodas formativas no projeto funcionou como dispositivo sustentado pela produção coletiva, redimensionando a interlocução entre ensino e extensão na universidade e impulsionando a insurgência da autonomia dos extensionistas. Sendo assim, mesmo diante das limitações da modalidade virtual, as rodas de formação foram cruciais para a sustentação coletiva do projeto, inclusive pela possibilidade  em transversalizar aquilo que se discutiu neste dispositivo e aquilo que se apresentou na realidade encontrada pela vivência extensionista, aproximando o projeto do cotidiano dos CAPS do município. Por fim, nesse sentido, o projeto buscou manter esse dispositivo aberto à participação de profissionais desses serviços da RAPS local, envolvidos direta ou indiretamente nas ações de matriciamento.