Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-01
Resumo
Apresentação: A Fisioterapia é considerada um recurso terapêutico de alto custo e sua prática, portanto, está fortemente associada à situação socioeconômica dos pacientes. Clínicas-escolas de Fisioterapia consistem, portanto, em uma importante alternativa, minimizando a falta de acesso à Fisioterapia pela população mais carente, além de ser imprescindível para a formação acadêmico-profissional do fisioterapeuta. Assim, o estudo epidemiológico torna-se essencial para a qualidade dos serviços de saúde pois, através dele, é possível analisar os fatores que levam ao adoecimento, riscos à saúde e eventos relacionados à saúde coletiva, oferecendo indicadores que possam ser usados como suporte ao planejamento, avaliação e administração ações de saúde, fornecendo bases para o entendimento da saúde coletiva. Conhecer o perfil epidemiológico possibilita que o fisioterapeuta atue não apenas de forma mais assertiva no tratamento e na reabilitação, mas também na prevenção de doenças. Entretanto, o acesso à Fisioterapia provavelmente foi afetado pela pandemia da Covid-19, não só pelas repercussões diretas na saúde, nos profissionais e serviços de saúde, mas pelo impacto econômico na maioria dos cidadãos, sobretudo brasileiros. Sendo assim, o objetivo do estudo foi caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes assistidos no setor de traumato-ortopedia da clínica escola de fisioterapia de uma instituição filantrópica do Espírito Santo durante a pandemia da Covid-19. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de um estudo descritivo e transv ersal. Amostra composta por 54 pacientes atendidos no ambulatório de ortopedia da clínica-escola de fisioterapia de uma instituição filantrópica do Espírito Santo. O período de coleta de dados ocorreu de agosto a dezembro de 2021. Foram incluídos pacientes com idade entre 18 e 70 anos que possuíam queixa de dor, e que concordarem em participar do estudo através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos pacientes que não possuíam capacidade cognitiva preservada e não responderam todas as perguntas da ficha de avaliação. Resultados: A idade média da amostra foi de 41,6 anos, com predominância do sexo feminino; grande parte dos pacientes eram da raça parda, casados, com ensino médio completo e maior parte residiam na cidade de Vitória - ES. Da amostra total, 47 pacientes apresentavam doenças associadas, sendo que desses, 29,6% tinham hipertensão e 42,6% possuíam outras doenças associadas. Quanto à sua renda familiar, 42,6% apresentou renda entre 1 a 3 salários mínimos, sendo que 53,7% se encontravam empregados. A amostra em sua maioria era não fumante, não elitista, não praticante de atividade física e não recebiam qualquer apoio social. Os medicamentos utilizados pelos pacientes eram em 44,4% analgésicos. A queixa principal em 75,9% dos pacientes era de dor e seu diagnóstico clínico era em maioria localizado nos membros superiores (37,0%) e do tipo trauma (29,6%). Considerações finais: Através da realização do presente estudo, foi possível observar a importância de conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes atendidos pela clínica-escola durante a pandemia Covid-19. Através dos dados obtidos, torna-se viável o aprimoramento e a criação de políticas públicas direcionadas para esta população neste período de pandemia.