Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Desafios da pesquisa em enfermagem no Brasil
Lara Meira Pratti, Laíssa de Paula Damaceno, Beatriz Pralon Nascimento Castheloge Coutinho, Carla de Souza Mendes, Amanda Silva Florentino

Última alteração: 2022-02-08

Resumo


A enfermagem vem buscando a consolidação de um espaço científico a partir do desenvolvimento de pesquisas. É essencial, portanto, a valorização da produção científica visando o desenvolvimento da prática clínica baseada em evidências, permitindo maior visibilidade e reconhecimento como ciência. A importância da conexão entre pesquisa e formação acadêmica se dá pela influência positiva da investigação científica em paralelo à prática profissional. A pesquisa em Enfermagem tem o papel de produzir e aperfeiçoar saberes, buscando a qualificação do cuidado e, assim, o aumento da qualidade de vida das pessoas. Entretanto, também apresenta desafios a serem superados, que abrangem a categoria de modo geral. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é evidenciar os principais desafios da pesquisa na área da Enfermagem no Brasil. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada em janeiro de 2022. A busca dos artigos ocorreu por meio da base de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores: Enfermagem AND Pesquisa em Enfermagem AND Brasil AND Conhecimento. Os critérios de inclusão para a seleção dos artigos foram: texto completo, em português, publicados nos últimos 5 anos. Foram identificados 6 artigos na BVS que compuseram a amostra final da revisão. A partir da análise dos artigos, pôde-se observar que há um consenso de que a Enfermagem deve derivar seu trabalho de achados de pesquisa. A prática do enfermeiro deveria servir como base para os estudos, da mesma forma que as pesquisas deveriam servir de base para a prática. No entanto, os profissionais, em grande parte, têm o conhecimento baseado na experiência, a partir das próprias observações ou de colegas, sendo que essas opiniões são a fonte de informação mais usada. Muitos enfermeiros não se sentem completamente habilitados e/ou capacitados em fazer pesquisa, ancoram-se assim em protocolos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Demonstraram, portanto, uma baixa capacidade de pesquisa e sua aplicação na prática da Enfermagem, uma vez que também evidencia-se deficiência ao formular perguntas de pesquisa, incapacidade de entender os termos estatísticos utilizados e avaliar criticamente a literatura, além de apontarem que o desenvolvimento de estudos é uma tarefa árdua e que demanda esforço dos enfermeiros. Outro desafio é a ruptura da visão fragilizada sobre a importância da pesquisa científica para a dimensão assistencial da Enfermagem, a partir do retorno dos resultados científicos para os cenários de onde emergiu a necessidade de investigação e a utilização destes resultados; todavia, faz-se necessário investir em possibilidades de disseminação que perpassam a produção de artigos científicos, além de estratégias que permitam a convergência do conhecimento explícito (formalizado, impresso e registrado via produção científica) em conhecimento tácito (inerente ao indivíduo, internalizado e processado a partir de sua visão de mundo). Considera-se, por fim, que a enfermagem ainda tem um longo caminho para percorrer em sua consolidação científica, sendo principalmente durante a formação dos profissionais o momento em que deve ser composto este pensamento baseado em evidências e não somente em experiências. Assim como no aprofundamento, na mobilização e na difusão desse conhecimento produzido no meio acadêmico e laboral.