• Apresentação:

A pandemia da COVID-19 demandou adaptações às estratégias formativas, educativas e de cuidado em saúde, assim como à reorganização dos serviços, visando diminuir os impactos negativos do novo coronavírus. Nessa perspectiva, o projeto de extensão “A escuta é terapêutica: diálogos online como prática de cuidado em saúde mental”, desenvolvido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com o Centro de Atenção Psicossocial infantil (CAPS iA) de uma cidade no interior da Bahia, foi desenhado para suprir demandas nesse novo cenário de ensino-aprendizagem, fortalecendo essa relação em um momento no qual o distanciamento social se faz necessário e a tecnologia se afirma como potência para amenizar esse desafio, nesse caso, através do telemonitoramento. Assim, este trabalho objetiva relatar a experiência de estudantes de medicina com o telemonitoramento de usuários do CAPS iA.

• Desenvolvimento:

Esse projeto  visa construir uma ponte do ambiente acadêmico da UFBA com o serviço de saúde CAPS iA e a comunidade de Vitória da Conquista (BA). Dez estudantes de medicina foram individualmente designados para profissionais do CAPS iA, os quais selecionaram vinte usuários que se beneficiaram de monitoramentos pelo aplicativo Whatsapp. Estes consistem de contatos mensais por ligações ou mensagens com os responsáveis dos usuários, acompanhando sintomas, tratamento e a situação social destes. Assim, demandas detectadas para o serviço são repassadas para os profissionais do CAPS iA para a devida resolução. Atualmente o projeto atende 200 usuários e permite a construção de um canal de comunicação prático e eficiente com a comunidade atendida por esse serviço.

• Resultado/impacto:

Para a formação adequada de profissionais da área da saúde é necessário que os discentes utilizem e ressignifiquem seus conhecimentos teóricos em ambientes de atividades práticas. O cenário atual de isolamento social trouxe desafios para promover essa formação holística, ressaltando a importância deste projeto na vida acadêmica dos estudantes, pois o trabalho desempenhado por estes caracteriza-se como oportunidade de aprendizagem de habilidades práticas fundamentais para a formação médica, além de ser meio de troca de saberes importante entre a academia e a sociedade. O projeto também contribui para a aprimoração da capacidade de comunicação, fundamental para o vínculo médico-paciente. Com o exercício do projeto espera-se a formação de jovens profissionais capacitados para exercer uma escuta empática, sendo estes mais atentos e cientes das variáveis envolvidas na promoção da saúde mental. Portanto, o projeto contribui para que mais usuários e familiares sejam acolhidos e se aproximem do serviço, o que muitas vezes não ocorre de forma abrangente devido a sobrecarga do sistema.

• Considerações finais:

Monitorando 200 usuários, o projeto estabelece clara conexão entre a academia, o serviço e a comunidade do município. As ações realizadas pelos discentes colaboram para o aprimoramento de habilidades fundamentais ao profissional de saúde, como planejamento, organização e comunicação; além de promover um cuidado integral, contínuo e humanizado, com possíveis reflexos na melhor execução das equipes multiprofissionais, dada a proximidade e frequência dos contatos de monitoramento.