Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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ATENÇÃO PRIMÁRIA E PANDEMIA POR SARS-CoV-2: CONDIÇÕES DE VIDA, MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PRÁTICAS SANITÁRIAS EM MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS
SÉRGIO XAVIER DE CAMARGO, ANDREIA APARECIDA DE MIRANDA RAMOS, NEWTON LESSA JÚNIOR, AMANDA MELCHIADES ARAÚJO, LÍGIA DE FARIA ASSIS

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


TEMA: ATENÇÃO PRIMÁRIA E PANDEMIA POR SARS-CoV-2: CONDIÇÕES DE VIDA, MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PRÁTICAS SANITÁRIAS EM MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS

APRESENTAÇÃO: Medidas de prevenção e controle da pandemia por SARS-Cov-2 voltadas a indivíduos e coletividades baseadas em evidências epidemiológicas foram propostas por organismos internacionais. Este estudo objetivou analisar como a população dos territórios de abrangência da APS percebe e traduz em práticas do cotidiano nos âmbitos individual, familiar e coletivo as medidas de prevenção e controle do COVID-19.

DESENVOLVIMENTO: O estudo multicêntrico de abrangência nacional e metodologia transversal quanti-qualitativa envolveu 88 municípios e 134 Equipes da Saúde da Família (eSF) e compreendeu famílias dos territórios adstritos vinculadas ao Mestrado Profissional em Saúde da Família (PROFSAÚDE). A Universidade Federal de Juiz de Fora foi uma instituição participante. Neste âmbito regional participaram do estudo 210 usuários atendidos por três eSF dos municípios de Juiz de Fora, Matias Barbosa e Leopoldina.  A amostra por conveniência incluiu usuários cadastrados que utilizaram UBS nos 90 dias precedentes, aplicado questionário online Google Forms com perguntas estruturadas, autoaplicáveis.

RESULTADOS: A idade variou de 18 a 79 anos; 59% se declararam pardos/negros e 40,5% ensino fundamental. 64,7% moravam com até três pessoas; 37,7% possuíam dois cômodos para dormir; 64,3%, apenas um banheiro; 98%, água encanada e 97,6%, rede de esgoto. Prevaleceu renda familiar de até dois salários mínimos (35,2%). A ocupação mais frequente foi a de aposentado (22,8%). Quanto à pandemia afetar o trabalho/emprego, 41,9% permaneceram desempregados; 33,3% continuaram trabalhando; 11,4% perderam emprego, 6,2% continuaram trabalhando em home office e 4,3% afastados por pertencerem ao grupo de risco. Para 40%, uma pessoa da família precisava sair para trabalhar. 13,3% tinham plano de saúde. Todos os participantes declararam ter recebido informações sobre o uso de máscara e álcool gel; 97% sobre lavagem frequente das mãos; 83% sobre fazer isolamento total e 0,5% sobre evitar visitar familiares idosos. O meio pelo qual mais se informaram foi televisão (74,7%) e o menos utilizado, instituições religiosas (14,7%). Profissionais das eSF foram fonte de informação para 60% – o meio considerado mais confiável (72,8%). 39,5% estavam bem confiantes de que as medidas adotadas poderiam proteger a si mesmos e sua família de contaminação, contra 4% pouco confiantes. 79,5% avaliaram doença muito grave, enquanto 0,5%, pouco grave. Para 62,4% a eSF realizou ação geral e de educação em saúde para prevenção, sendo a orientação individual recebida na UBS, a mais frequente (28,6%). Na prevenção da contaminação pelo coronavírus, as ações mais adotadas foram o uso de álcool gel (98%), uso de máscara (95,7%) e lavagem frequente das mãos (92%). O uso da máscara foi considerado a ação protetiva mais eficaz (42%).

CONSIDERAÇÕES FINAIS: As medidas de prevenção e controle da pandemia por SARS-Cov-2 mostraram-se de amplo conhecimento dos usuários das eSF dos Municípios. A ESF representou elementos de racionalidade e confiabilidade junto às populações atendidas que reconheceram nas Equipes fonte de cuidado e informação relevantes para o enfrentamento da crise sanitária.