Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Influencia de fatores socioculturais no uso indiscriminado de medicamentos
Francisco José Leal de Vasconcelos, Cecília Brenda Dias Frota, Gabrielle Cavalcante Nogueira, Hilário Oliveira Mororó Filho, Iris Maria Gomes do Nascimento, Ivna Felice Silva Matos, Sarah Castelo Branco da Costa, Victória Melo Reis

Última alteração: 2022-02-01

Resumo


Apresentação: Sabe-se que muitos medicamentos são amplamente utilizados pelos usuários para tratar suas enfermidades de forma indiscriminada e sem prescrição ou consulta médica; questão que deve ser compreendida como um problema de Saúde Pública. A automedicação consiste na escolha e uso de fármacos para tratar doenças que foram autodiagnosticadas e pode ser influenciada por vários fatores, dentre os quais constam a influência dos meios midiáticos – como televisão e rádio por meio da veiculação de propagandas –, o fácil acesso as ferramentas de busca na internet, a influência de autoridades públicas através da veiculação de informações, assim como os fatores socioeconômicos como, por exemplo, a dificuldade de deslocamentos para unidades de saúde pública e alto custo de consulta nas unidades privadas. O estudo tem como objetivo reconhecer os fatores socioculturais que influenciam no uso indiscriminado de medicamentos pelos usuários. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma revisão de literatura a partir da qual foram selecionados artigos nas bases de dados da SCIELO e PUBMED, com filtro de busca de artigos publicados no período de janeiro de 2000 a julho de 2021, textos completos e em língua portuguesa Resultados e/ou impactos: As influências socioculturais as quais estão submetidos os usuários, quanto a automedicação, são bastante evidentes na população brasileira. Há uma estreita relação entre automedicação e a sociedade na qual o indivíduo está inserido, de modo que a saúde pode ser relacionada à cultura e à realidade social do usuário. Nesse sentido, infere-se que o contexto cultural exerce influência decisiva nas manifestações das doenças, na busca de tratamentos e na relação que as pessoas estabelecem com os serviços de saúde. Além das influências do contexto social, outros fatores determinantes para a automedicação são as vulnerabilidades socioeconômicas e as dificuldades de acesso à informação. Sabe-se que no momento em que os indivíduos estão diante da doença buscam os recursos possíveis para tratá-la, independentemente do acesso dificultado à informação, evidência que demonstra influência das crenças nas condições de adoecimento e cura. Ainda no contexto dos fatores que influenciam a automedicação, torna-se relevante citar a força dos meios midiáticos – como, por exemplo, as redes sociais, os canais televisivos, a internet e as emissoras de rádio – em direção à repetição de condutas e orientações no seio da sociedade. Considerações Finais: Por fim, entende-se que muitos fatores socioculturais estão diretamente ligados à automedicação – apesar das recomendações dos órgãos sanitários e dos profissionais da saúde em direção ao uso racional de medicamentos –, o que acarreta potenciais danos a vida e a saúde das pessoas. Conclui-se que as abordagens governamentais e midiáticas em prol da saúde e da educação em saúde são indispensáveis, visto que uma gestão política instável leva o indivíduo a recorrência de medidas não saudáveis. Ademais, é indubitável que as ferramentas de mídias sociais podem influenciar os usuários, tornando-os propensos à prática da automedicação, o que exige a elaboração de alternativas educacionais que permitam contrapor tal prática.