Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-01
Resumo
Apresentação: Sabe-se que muitos medicamentos são amplamente utilizados pelos usuários para tratar suas enfermidades de forma indiscriminada e sem prescrição ou consulta médica; questão que deve ser compreendida como um problema de Saúde Pública. A automedicação consiste na escolha e uso de fármacos para tratar doenças que foram autodiagnosticadas e pode ser influenciada por vários fatores, dentre os quais constam a influência dos meios midiáticos – como televisão e rádio por meio da veiculação de propagandas –, o fácil acesso as ferramentas de busca na internet, a influência de autoridades públicas através da veiculação de informações, assim como os fatores socioeconômicos como, por exemplo, a dificuldade de deslocamentos para unidades de saúde pública e alto custo de consulta nas unidades privadas. O estudo tem como objetivo reconhecer os fatores socioculturais que influenciam no uso indiscriminado de medicamentos pelos usuários. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma revisão de literatura a partir da qual foram selecionados artigos nas bases de dados da SCIELO e PUBMED, com filtro de busca de artigos publicados no período de janeiro de 2000 a julho de 2021, textos completos e em língua portuguesa Resultados e/ou impactos: As influências socioculturais as quais estão submetidos os usuários, quanto a automedicação, são bastante evidentes na população brasileira. Há uma estreita relação entre automedicação e a sociedade na qual o indivíduo está inserido, de modo que a saúde pode ser relacionada à cultura e à realidade social do usuário. Nesse sentido, infere-se que o contexto cultural exerce influência decisiva nas manifestações das doenças, na busca de tratamentos e na relação que as pessoas estabelecem com os serviços de saúde. Além das influências do contexto social, outros fatores determinantes para a automedicação são as vulnerabilidades socioeconômicas e as dificuldades de acesso à informação. Sabe-se que no momento em que os indivíduos estão diante da doença buscam os recursos possíveis para tratá-la, independentemente do acesso dificultado à informação, evidência que demonstra influência das crenças nas condições de adoecimento e cura. Ainda no contexto dos fatores que influenciam a automedicação, torna-se relevante citar a força dos meios midiáticos – como, por exemplo, as redes sociais, os canais televisivos, a internet e as emissoras de rádio – em direção à repetição de condutas e orientações no seio da sociedade. Considerações Finais: Por fim, entende-se que muitos fatores socioculturais estão diretamente ligados à automedicação – apesar das recomendações dos órgãos sanitários e dos profissionais da saúde em direção ao uso racional de medicamentos –, o que acarreta potenciais danos a vida e a saúde das pessoas. Conclui-se que as abordagens governamentais e midiáticas em prol da saúde e da educação em saúde são indispensáveis, visto que uma gestão política instável leva o indivíduo a recorrência de medidas não saudáveis. Ademais, é indubitável que as ferramentas de mídias sociais podem influenciar os usuários, tornando-os propensos à prática da automedicação, o que exige a elaboração de alternativas educacionais que permitam contrapor tal prática.