Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Incontinência urinária em homens no Brasil, 2010-2019
Fernanda Nicolato, Alfredo Chaoubah, Maria do Socorro van Keulen, Graziela Liebel, Márcio Reis

Última alteração: 2022-02-12

Resumo


A incontinência urinária (IU) é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina, sendo um problema social ou higiênico. A idade é um fator de risco para IU, sua prevalência aumenta com o envelhecimento da população. Trata-se de um problema mais frequente na população feminina, mas atinge uma proporção significativa de homens, principalmente entre homens idosos. O número de pessoas acometidas pode ser muito maior do que as estimativas atuais, porque muitas pessoas não procuram ajuda por vergonha, ou por acharem normal do envelhecimento ou que não existe tratamento. A pesquisa teve por objetivo identificar a tendência dos indicadores faixa etária com a produção ambulatorial para a IU em homens. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, realizado para todas as regiões do Brasil no período de 2010 a 2019. Os dados foram obtidos no banco de dados de domínio público do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) registrados no Sistema de Informações Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS). A inclusão dos dados foi realizada pela Classificação Internacional da Doença CID-10, para a IU: R32- Incontinência urinária não especificada, N39.3- Incontinência de tensão (“stress”), N39.4- Outras incontinências urinárias especificadas. As informações demográficas populacionais foram retiradas do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizando o censo 2010, além de suas estimativas intercensitárias.  O tratamento primário dos dados foi realizado pelo software TABWIN disponível no DATASUS e posteriormente exportados para o programa Microsoft EXCEL. Para a análise das tendências, foi utilizado o método de regressão linear simples, por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). A análise apontou tendência crescente, estatisticamente significante, da produção ambulatorial para IU em homens no Brasil no período estudado. Os procedimentos de IU são mais relevantes na população idosa acima dos 60 anos de idade (66%) e as faixas etárias entre 60 e 79 anos respondem por 62% dos procedimentos em relação às demais. Com o aumento da expectativa de vida, estima-se que a IU em homens também irá aumentar, sendo necessário o desenvolvimento de estratégias de saúde adequadas a essa população. Têm-se que a média de idade para homens é de 65,5 anos, demonstrando que a IU afeta mais os idosos. Com aumento da prevalência de IU, necessitarão de implementação de políticas de saúde para esse transtorno, que podem gerar grandes ganhos de saúde e economia de custos, ao implementar estratégias de tratamento especializado. Contudo, espera-se subsidiar os gestores nos processos de planejamento e implementação de ações de prevenção e tratamento da IU em homens.