Apresentação: A dança é uma importante prática de atividade física, pelos seus benefícios não somente fisiológicos e motores, mas também por proporcionar melhora na autoestima, nos relacionamentos sociais, nos aspectos psicológicos, afetivos, na manutenção da autonomia e confiança. Ela proporciona dentro de um meio social a comunicação, auto expressão, diversão, identificação cultural, prazer e espiritualidade. A dança é uma intervenção prática corporal e artística que serve como instrumento que propicia criação de novas possibilidades e finalidades nas ações em psiquiatria e saúde mental, e garante formas múltiplas de conhecimento e expressão. Objetivo: Relatar a experiência de uma residente em saúde mental durante o desenvolvimento de uma oficina de dança no Centro de Atenção Psicossocial III, na cidade de Macapá-AP. Desenvolvimento do Trabalho: Trata-se de um relato de experiência realizado no decorrer da Residência Multiprofissional em Saúde coletiva na área de Concentração em Saúde Mental, da Universidade Federal do Amapá, em dezembro de 2021 no CAPS III, na cidade de Macapá-AP. Durante a da oficina foi abordado questões de memória, improvisação e expressão, sendo realizada com a presença de profissionais e usuários. Primeiramente com intuito de trabalhar a memória, o alongamento corporal foi realizado com fundo musical instrumental e de metodologia céfalo-caudal, os clientes foram questionados após os exercícios a ordem das partes corporais trabalhadas. Na segunda parte da oficina foi trabalhado a improvisação e o desenvolvimento de uma sequência coreográfica a partir da técnica de Análise de Movimento de Laban, no qual os participantes realizam as movimentações corporais próprias, baseado no que queriam expressar através da música escolhida, assim, cada usuário demostrava para os outros participantes a sua sequência coreográfica. Para encerrar a oficina os usuários foram divididos em grupos e solicitado que apresentassem a coreografia criada com suas sequências e que improvisassem o que estavam sentindo e se expressassem livremente. Foi aberto o diálogo para que usuários e profissionais do CAPS para discutir sobre como se sentiram e o que acharam da oficina. Resultados: Após a oficina tanto usuários quanto profissionais relataram que se sentiram mais relaxados, leves e conectados consigo mesmos e com seus sentimentos.  Esta atividade atua como forma de promover trocas sociais e de romper com a cultura do isolamento e da invalidação dos sujeitos, propiciando cuidado em saúde mental, e criação de novos contextos corporais e sentimentais, a partir de um fluir criativo, permitindo explorar sensações do corpo em movimentações corporais. A dança não é apenas uma arte na qual o homem expressa a sua interioridade, mas também um meio que o possibilita ampliar seu conhecimento sobre si e do mundo que o circunda, através da experiência sensível de movimentações corporais. Considerações finais: O objetivo proposto foi alcançado, a partir do relato deste desenvolvimento de uma oficina de dança como intervenção de cuidado no Centro de Atenção Psicossocial III. Destarte, os participantes também puderam refletir sobre o que os afligiam e expressaram através do corpo, da dança, seus sentimentos e preocupações, e nos remete a motivar mais pesquisas a respeitos da temática.