Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Elaboração de uma cartilha informativa sobre a COVID-19
Deyse Mara Henkes Fagundes, Alex Silva Rangel, Dandara Oliveira, Milena Melo, Cleonice Lopes da Silva, Lucia Maria Pereira de Oliveira

Última alteração: 2022-02-11

Resumo


Esse trabalho tem como objetivo apresentar à comunidade acadêmica um relato de experiências vivenciadas por alunos durante as práticas desenvolvidas no projeto de pesquisa e extensão “Melhorias da Medicina da Família e da Comunidade para o controle da tuberculose na Atenção Básica à Saúde''. Conforme proposta, tem sido realizado o telemonitoramento pelos alunos, com pacientes em tratamento de tuberculose ou delas curados e que convivem com o risco de agravos advindos da co-infecção tuberculose/COVID-19. O projeto de Pesquisa e Extensão, em curso, desenvolve-se no território de abrangência da Clínica da Família Dr. Felippe Cardoso localizada na Penha, bairro da Zona Norte do Município do Rio de Janeiro, área vulnerável a ambas as doenças.  Para a coleta de dados, utilizamos  o  Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do livro de Registro e Acompanhamento de Tratamento dos Casos de Tuberculose da unidade de saúde. Essa pesquisa é de abordagem qualitativa descritiva e tem como base as Tecnologias de informação e comunicação. Por meio de ligações telefônicas, aplicou-se um formulário padrão adaptado do questionário "Conhecimentos práticas e atitudes” publicado pela Organização Mundial de Saúde em 2008, que permite a sua adequação pelos pesquisadores, para uso em populações diversas. O questionário foi  elaborado no Google Forms, que tem a vantagem de manter o anonimato do respondente e de conceder a análise automática dos dados obtidos. Essa ação propõe uma parceria com a Atenção primária de saúde e tem auxiliado o acompanhamento desses pacientes que por medo da COVID-19 afastaram-se da referida Clínica da Família. Por outro lado, houve a priorização assistencial a pacientes com COVID-19, pelas unidades básicas de saúde, e assim os pacientes enfrentam dificuldades de acesso aos serviços de saúde e até para a marcação de consultas. Durante o telemonitoramento, conseguiu-se obter relatos dos pacientes sobre o seu estado físico e emocional, suas demandas e reportar esses relatos para os profissionais de sua equipe de saúde, possibilitando intervenções, quando necessário. Durante contatos feitos, ouviu-se equívocos sobre a COVID-19, sendo desenvolvidas conversações de educação para a saúde sobre a doença, ao final de cada ligação. A análise automática concedida pelo referido programa,   revelou o perfil dos 51 pacientes contactados, percebendo-se que 58,8% eram mulheres. Constatou-se que dentre o total da amostra, 76,5% se autodeclaram pretos ou pardos, que 32% possuíam o ensino fundamental incompleto e 43,1% pertencia ao grupo etário entre 19 a 30 anos. Desses pacientes contatados no telemonitoramento, 34% não sabiam como o coronavírus penetra em nosso corpo, 20% já contraíram COVID-19 e 16,7% tiveram a manifestação grave da doença, com 8,3%  tendo que ser internado. A análise  dos  dados sobre a prevenção da COVID-19, como o uso de máscara, embora muito divulgada, revelou que 10% dos pacientes responderam que esta não era uma recomendação para prevenir contra COVID-19. Além disso, apenas 47,9% dos entrevistados responderam cumprir todas as medidas de prevenção, como isolamento domiciliar, evitar aglomerações, lavagem correta das mãos e o uso de máscaras. Nota-se com isso, que apesar da ampla divulgação do protocolo preventivo contra COVID-19, ainda persistem desconhecimentos e equívocos de comportamento por parte dos entrevistados. Em resposta aos equívocos observados com a análise do questionário idealizou-se a elaboração de um material educacional sobre a COVID-19. Optou-se pela elaboração de uma cartilha para o esclarecimento de dúvidas e informações erradas que estão sendo retidas pela população como verdadeiras, sob a influência das mídias sociais. O intuito dessa cartilha é compartilhar informações esclarecedoras sobre a COVID-19 Para o público alvo é toda a população correspondente ao perfil de nossa amostra de estudo. Assim, a baixa escolaridade motivou a escolha de uma linguagem simples e de fácil entendimento, além da utilização de imagens disponibilizadas na internet e de uso público. Preocupou-se em oferecer uma leitura leve para o leitor, motivando-o a completá-la até o fim. Decidiu-se pelo uso de um maior número de imagens e a redução do texto escrito, o que tornaram as páginas da cartilha mais coloridas e dinâmicas, favorecendo a transmissão da mensagem pretendida de forma clara e objetiva. A cartilha foi elaborada de modo colaborativo integrando os estudantes dos cursos de Enfermagem, Odontologia, Medicina e Saúde Coletiva, sendo supervisionados por professoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A cartilha se inicia com uma descrição breve sobre o que é o COVID-19 segundo referências brasileiras como o Ministério da Saúde, quais são as formas de contágio da doença, busca também esclarecer que assintomáticos contaminados também podem transmiti-la. Apresenta esclarecimentos sobre de que forma acontece a transmissão da doença, os sinais e sintomas passando por assintomáticos até casos graves e quais medidas devem ser tomadas, e os protocolos de prevenção, além de mitos e verdades acerca da COVID-19. A cartilha está sendo divulgada nas redes sociais dos participantes do projeto, através de stories do Instagram, status do Whatsapp e posts no Facebook, pela rapidez e facilidade de propagação da informação nesses meios. A COVID-19 tem desafiado a população científica pela aparição de variantes do Sars-Cov-2. Atualmente, vivencia-se as consequências da variante ômicron. Um relatório do Imperial College London de dezembro de 2021 reportou que indivíduos com pelo menos duas doses de vacinação contra COVID-19 se mantinham substancialmente protegidos dos casos mais graves da doença, que podem levar à hospitalização e até a óbito, embora em menor proporção do que variantes anteriores. Esta variação demonstra a importância da orientação da população para a manutenção das medidas de prevenção e também da conscientização sobre a importância da adesão e da realização de todas as doses das vacinas contra a COVID-19. É importante ampliar os conhecimentos da população e conscientizá-la acerca dos riscos que ainda existem nesta pandemia, as incertezas sobre novas variantes, associada à prática de medidas preventivas para a contenção da transmissão viral. Conclui-se então que a elaboração dessa  cartilha,  contribui com a expansão de conhecimentos sobre a COVID-19, o que coincide com as práticas de educação para a saúde realizadas durante atividades de vigilância em saúde no decorrer do telemonitoramento realizado, gerando a expectativa de propiciar à população a oportunidade de adotar para si o uso de medidas preventivas, colaborar para a prevenção da doença, a promoção da saúde e de contribuição para a redução do número de casos de COVID-19.