Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-02
Resumo
Apresentação: Desde final de 2019, o mundo vem sofrendo uma série de alterações em diversos segmentos da sociedade decorrente da crise sanitária gerada pela COVID-19. No campo da educação, a pandemia exigiu que as instituições de ensino reorganizassem suas práticas pedagógicas a fim de mitigar os impactos na formação do corpo discente. Neste sentido, as graduações em saúde, sobretudo no que concerne às atividades de estágios, aceleraram a incorporação do uso de metodologias ativas mediadas pelas tecnologias no cotidiano das atividades acadêmicas. Diante deste cenário, objetiva-se relatar as atividades de estágio em saúde coletiva desenvolvidas no contexto da COVID-19, destacando-se os desafios e potencialidades, na ótica dos estudantes de fonoaudiologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Descrição da experiência: A experiência aqui relatada faz parte de um estágio obrigatório do curso de fonoaudiologia da UFPE no campo da saúde coletiva. Tal estágio tem por objetivo possibilitar aos estudantes do 5º período uma vivência nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) a partir da Estratégia de Saúde da Família e Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica, alocados nos municípios que compõem a região metropolitana do Recife, Pernambuco, durante o segundo semestre do ano de 2021. Em razão das normativas da universidade e dos campos de prática, justificadas pelo contexto sanitário, a supervisão docente das atividades de estágio aconteceram em formato híbrido, reduzindo assim o fluxo de pessoas nas dependências das unidades de saúde, ficando a cargo dos preceptores a supervisão diária. Resultados: Em razão do cenário gerado pela pandemia, as atividades práticas necessitaram de ajustes pedagógicos. Neste sentido, uma das principais mudanças foi a modalidade da atividade, sendo realizada de forma híbrida. Com a incorporação dos recursos tecnológicos, tais como as plataformas remotas de ensino digital, aplicativos de comunicação, dentre outros, foi possível a viabilização e operacionalização do ensino durante as atividades. Um elemento que também deve ser considerado é que a COVID-19 alterou as rotinas de ações nas unidade de saúde previstas no escopo da APS, impossibilitando, por exemplo, a realização de atividades coletivas, e alterando significativamente as configurações das visitas domiciliares e atendimentos compartilhados. Considerações finais: De certo que os estágios realizados durante uma crise sanitária já implica elementos singulares. Todavia, com a COVID-19, as problemáticas ganharam uma projeção ainda maior. Apesar dos significativos avanços referente a incorporação tecnológica no segmento das graduações em saúde, é fundamental incitar o debate sobre o processo desta incorporação, de qual maneira ela é recebida pelos envolvidos: discentes, docentes e profissionais do serviço. Além disso, as restrições de atividades coletivas desenvolvidas no seio da atenção básica impossibilitaram uma vivência importante aos estudantes, cabendo a universidade o desafio de pensar estratégias, tais como atividades de extensão, a fim de minimizar esse déficit.