Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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A Hospitalização por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19 estratificada para raça/cor e gênerop
Milena De Oliveira Corrêa, Marcos Vinicius Cordeiro, Thiago Nascimento Do Prado

Última alteração: 2022-06-17

Resumo


A HOSPITALIZAÇÃO POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) POR COVID-19 ESTRATIFICADA PARA RAÇA/COR E GÊNERO

CORREA, Milena O., CORDEIRO, Marcos V. S., PRADO, Thiago N.

 

Introdução: O coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias e a atual pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em março de 2020. No Brasil, os casos tornaram-se crescentes, expandindo-se entre estados e municípios e, por meio da portaria Nº 454 de 20 de março de 2020, o país declarou transmissão comunitária do COVID- 19 em todo território nacional. Outrossim, além do alarmante número de casos, um cenário que também ganhou muita visibilidade é o número de adoecimento e morte pelo SARS-CoV-2 na população afrodescendente, além disso, os dados desde o início já apresentavam tendência de maior impacto a esse grupo. Ademais, além do alarmante número de casos, um cenário que também ganhou muita visibilidade é o número de adoecimento e morte pelo SARS-CoV-2 na população afrodescendente, além disso, os dados desde o início já apresentavam tendência de maior impacto a grupo. De acordo com os últimos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde, a variável gênero também ganhou destaque dentre as hospitalizações, visto que 54% dos casos eram do gênero masculino enquanto nas mulheres era de 16% (ambos com faixa etária entre 60 e 69 anos. Objetivo: Analisar os aspectos que tangem a varável raça/cor e gênero na epidemia de COVID-19 no Brasil. Metodologia Realizou-se estudo epidemiológico descritivo dos dados de hospitalização e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Graves (SRAG) por COVID-19 disponível na plataforma IVIS, que apresenta dados de notificação realizada no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP- Gripe), no período entre 26 de fevereiro de 2020 e 26 de fevereiro de 2021. Resultados: Com a pesquisa, identificou-se que a COVID-19 teve um grande impacto na população preta e parda, durante o período analisado foram registrados no SIGEP-GRIPE 976.221 casos de pessoas hospitalizadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por COVID-19. Desses 0,4% a variável raça/cor estava ignorada, já os hospitalizados que incluem essa informação 5% eram pretos, 35,2% pardos e 40,3% brancos, e os demais incluíam o grupo de indígenas e amarelos. Na análise realizada, foi perceptível que o registro dos casos foi maior na região sudeste,46,3%, compreendiam pessoas brancas e 6,53% pessoas pretas e pardas, embora na região nordeste, segunda maior, pretos e pardos totalizaram 62,97%. Dentre 289.695 pessoas internadas em UTI, homens e mulheres desse grupo étnico correspondiam a 37,6%. Vale ressaltar que a letalidade hospitalar entre pessoas negras foi de 43,5%, já em indivíduos brancos foi de 3,6% menor. Considerações finais: A pandemia causada pelo novo coronavírus SARS- CoV-2 teve grande impacto na população preta e parda, homens e mulheres dessa etnia tiveram uma maior letalidade quando comparado à indivíduos brancos. Para os indivíduos que se autodeclaram pretos e pardos, a pandemia da COVID-19 renova as insolvências de um passado histórico à uma modernidade conjuntural, reflexo do escasso acesso à saúde eficaz a essa população.