Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Desafios para a saúde entre populações ribeirinhas: relato de experiência às margens do Rio Madeira - Amazonas
Hadassah Maia

Última alteração: 2022-02-20

Resumo


A existência de centenas de grupos populacionais às margens dos rios amazônicos leva a profundas reflexões sobre o alcance do Sistema Único de Saúde em contexto ribeirinho. São inegáveis e inestimáveis os avanços na Atenção Básica para esta demanda, dentre eles a instituição da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA) bem como a criação de novos arranjos como a equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR), equipe de Saúde da Família Fluvial (eSFF) e a própria Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF). No entanto, ainda permanecem lacunas a serem supridas diante das dimensões continentais da região, da dispersão das comunidades em um espaço tão extenso, do difícil acesso geográfico e da oferta insuficiente de serviços diante de tamanha necessidade. Assim, este trabalho é resultado de reflexões que surgiram a partir do alinhamento entre os aspectos teóricos encontrados em algumas produções científicas sobre o assunto, e situações vividas in loco quando se pôde verificar de perto a realidade e a necessidade de algumas famílias ribeirinhas. As vivências se deram durante uma viagem de caráter filantrópico, a bordo de um pequeno barco que, durante quinze dias, visitou algumas comunidades às margens do Rio Madeira, no Amazonas, para realizar atividades comunitárias e ações em saúde. Dentre muitos, dois atendimentos em saúde foram marcantes e por isso trazidos em relato, a fim de mostrar a importância de se pensar e, consequentemente, discutir sobre os desafios que circundam o sistema público de saúde quando se trata da necessidade de aumentar a quantidade, a qualidade e a frequência de uso desses serviços em áreas isoladas. É preciso continuar dando visibilidade às necessidades destas populações e fomentar a construção de diálogos a respeito das fragilidades e potencialidades da atenção básica em territórios isolados, considerando a complexidade do acesso aos serviços de saúde e respeitando as características e singularidades geográficas e culturais dos povos ribeirinhos.