Apresentação: estudos apontam que as infecções sexualmente transmissíveis (IST) afetam 376,4 milhões de pessoas no mundo. Esses dados representam um problema de saúde pública com impactos negativos na saúde reprodutiva e infanto-juvenil. Para fins didáticos, neste trabalho destacam-se o Herpes Simples por tratar-se de uma das infecções virais mais comuns no mundo e a Sífilis, a qual obteve uma taxa de detecção de 115.371 casos no Brasil em 2021. Em meio ao cenário atual da pandemia da COVID-19, a utilização das redes sociais como forma de propagar informações tem sido cada vez mais utilizada, com um crescimento expressivo no número de usuários, sendo por isso, uma alternativa viável de transmitir conhecimentos para todas as pessoas, mas em especial para os jovens, pois além de ser o público alvo do presente estudo, eles são a maior parte dos usuários. Diante do exposto, este relato tem como objetivo descrever as experiências vivenciadas no desenvolvimento do Programa Institucional de Bolsa de Extensão (PIBEX), cujo foco foi levar conhecimentos sobre saúde sexual, especificamente sobre Sífilis e Herpes, de forma simples e seguro aos adolescentes e jovens, utilizando as redes sociais como estratégia de disseminação de educação em saúde, como forma de adaptação ao cenário pandêmico. Desenvolvimento: trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos de enfermagem e medicina em um projeto de extensão de uma universidade pública no município de Manaus, no período de agosto de 2021 a janeiro de 2022, no qual foram desenvolvidas atividades educativas sobre saúde sexual voltadas para o público adolescente e jovem. Para a construção dos materiais que seriam divulgados na rede social, a equipe do projeto realizou um levantamento bibliográfico em bases de dados como Pubmed e Google Acadêmico, acessando artigos e teses de doutorado publicados nos últimos 5 anos, além de boletins epidemiológicos de órgãos públicos de saúde nacionais e estaduais, assim como a Organização Mundial de Saúde (OMS), com o intuito de aprofundar os conhecimentos acerca dos temas abordados, garantindo assim,  informações atualizadas e baseadas em evidências científicas. Durante o processo de levantamento bibliográfico e construção do material educativo, foram realizadas reuniões com os participantes do projeto para divisão das tarefas e discussões sobre os temas a serem trabalhados nas atividades, sendo que cada IST foi dividida em tópicos, com enfoque maior na prevenção. Para a divulgação das atividades educativas foi criado um perfil na plataforma do Instagram. As postagens foram confeccionadas utilizando as ferramentas Canva, PicsArt e Powerpoint, a fim de promover postagens lúdicas, didáticas, interativas e com aspecto visual atrativo para o público alvo, com imagens mais chamativas, buscando comparações com a cultura pop, como séries televisivas que abordavam os temas, para que o público se identificasse com os materiais. Para a avaliação do projeto, foi considerada a interação do público nas postagens, como comentários, sugestões e mensagens deixadas na página do perfil e respostas de feedback adquiridas por meio de um formulário elaborado na plataforma Google forms, além do trabalho em equipe e desempenho dos discentes no projeto.Resultados: o projeto alcançou 457 usuários da plataforma Instagram, destes 69,4% eram de residentes em Manaus. O público alcançado foi majoritariamente jovem, com idades variando entre 13 a 24 anos. Quanto aos temas abordados, foram realizadas 9 postagens, as quais obtiveram 192 curtidas, sendo 6 como tema Sífilis com  informações sobre a etiologia, modo de transmissão, manifestações clínicas, dados epidemiológicos,  prevenção, tratamento e sífilis congênita, já as postagens sobre Herpes foram 3 e compreenderam a definição, manifestações clínicas e prevenção. Observou-se que o público foi receptivo com os temas, evidenciou interesse, realizou comentários positivos, especialmente nas postagens sobre prevenção, elogiou o design e a didática utilizada, além de interagir com perguntas que foram prontamente respondidas de forma simplificada para que os usuários pudessem compreender. Ao final das postagens, realizou-se a avaliação do público quanto ao material educativo divulgado, de forma qualitativa por meio das respostas aos formulários disponibilizados, comentários e curtidas. Houve relatos de aprendizado, elogios relacionados a apresentação dos temas e a didática empregada nas postagens, foi ressaltado a importância de trabalhar a educação sexual, visto que ainda existem muitos tabus envolvendo a temática. A execução do projeto de extensão atingiu seu objetivo, pois alcançou o seu público alvo, foi significativo para educar em saúde, especialmente sobre como prevenir as IST, as postagens estimularam o público a procurar profissionais e serviços de saúde, as orientações esclareceram dúvidas e motivaram a promoção da saúde, entretanto, esperava-se um maior número de seguidores e mais curtidas nas postagens, acredita-se que o aumento na divulgação e a realização de maior frequência nas postagens poderia favorecer mais visualizações, bem como usar outras plataformas virtuais.  Considerações finais: a abordagem das ISTs, no que concerne a educação sexual, é de extrema relevância para o público adolescente e jovem, pois apesar de possuírem acesso facilitado à informação, ainda desconhecem as formas de prevenção, tornando-se vulneráveis a estas doenças que prejudicam sua qualidade de vida.  Portanto, faz-se necessário sensibilizar essa população, ampliando o diálogo sobre a sexualidade, visto ainda tratar-se de um tabu que persiste na sociedade brasileira, fato vislumbrado pelos dados epidemiológicos revelados, os quais demonstram um aumento vertiginoso no número de casos dessas ISTs em adolescentes e jovens. Alinhado à isso, é notório a necessidade de mais trabalhos acadêmicos que abordem a problemática suscitada, englobando as demais regiões do Brasil e suas peculiaridades regionais. Tendo como principal ferramenta as redes sociais, posto que com o advento e a popularização destas, revelam-se potenciais aliadas às estratégias de educação em saúde, podendo alcançar mais pessoas do público alvo de forma fácil e com baixo custo. Outro ponto importante dos projetos de extensão, é o impacto que causa,  não somente à comunidade estudada, mas também, aos integrantes que formam a equipe, em virtude de proporcionar a troca de experiências e saberes entre professores e alunos. Diante disso, há um maior aprendizado sobre os temas supracitados, posto a necessidade de serem repassados de forma mais inteligível, através das postagens, ao público em geral. Assim sendo, mostra-se um importante meio, paralelo ao mundo teórico da academia, de aquisição de conhecimentos práticos, além de aproximar as relações entre os acadêmicos dos cursos envolvidos, favorecendo a colaboração e o trabalho em equipe. Por fim, sugere-se para as próximas atividades educativas, que envolvam os adolescentes e jovens, o uso de outras redes sociais, a utilização de um sistema híbrido de conteúdos digitais e diálogos presenciais, com vistas a alcançar mais pessoas, sendo uma tentativa de ultrapassar as barreiras existentes na educação sexual no Brasil, pois é preciso sensibilizar a população sobre as doenças preveníveis.