Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Malária em trabalhadores na região amazônica brasileira, 2011 a 2020.
Klauss Kleydmann Sabino Garcia, Anderson Coutinho da Silva

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Apresentação: A malária é uma doença infecciosa aguda presente principalmente em países de clima tropical em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. No Brasil a ocorrência de casos é predominante na região amazônica brasileira e sua ocorrência está relacionada a diversos determinantes sociais como o trabalho. Assim, o objetivo deste trabalho é explorar o perfil de casos e óbitos de malária no Brasil e verificar quais são as ocupações mais recorrentes de 2011 a 2020.

Desenvolvimento e métodos: Estudo ecológico exploratório utilizando dados públicos Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde do Brasil obtidos através do portal Datasus e dados do Sivep-Malária, obtidos por meio de solicitação no portal de acesso a informação (e-SIC). Foram utilizados dados do Sivep-Malária, que abrange notificações da região amazônica, referentes aos de 2011 a 2020. Para contabilização dos casos não foram consideradas as notificações de lâminas de verificação de cura. Os dados de Mortalidade (SIM) foram de 2011 a 2019, pois o ano de 2020 estava indisponível no portal Datasus. Para óbitos por malária utilizou-se as causas básicas e causas associadas ao óbito por causas da CID-10 de B50 a B54.

Resultados: Na região amazônica foram notificados 1.786.480 casos e 562 óbitos. Predominaram casos em homens (60,6%) e a faixa etária mais frequente foi de 20 a 29 anos (19,2%). As atividades econômicas mais frequentes foram “Agricultura”, “Atividades doméstica” e “Garimpagem”. Os óbitos ocorridos nesta região foram predominantes em homens (59,4%) e a faixa etária mais frequente foi de 30 a 39 anos (14,4%). As ocupações mais frequentes foram “Aposentados”, “Donas de casa”, “Trabalhadores agricultores” e “estudantes”.

Considerações finais: A ocorrência de malária está ligada a determinantes sociais como o trabalho. A literatura aponta alta ocorrência de malária em regiões de garimpo e mineração, mas além destas há outras ocupações que precisam ser identificadas para que os serviços de saúde brasileiros possam refinar e direcionar de forma mais qualificada ações de apoio a saúde da população trabalhadora que sofre por malária. É importante que sejam georreferenciadas as localizações da região amazônica que apresentam maior concentração de casos de malária para ocupações específicas. As informações presentes no Sivep-Malária e SIM podem ser complementadas com a utilização de vinculação de dados entre estes Sistemas de informação com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho.