Apresentação: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) é caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível da função renal, devido a destruição dos néfrons. O tratamento para IRC são sessões regulares de hemodiálise, que demandam uma readequação na rotina do paciente. A IRC, quando acomete crianças e adolescentes, gera impactos negativos nas esferas biológicas e sociais do indivíduo. Nesse contexto, foi realizado a produção e teste alfa de uma estratégia gamificada no formato Role Playing Game (RPG). O teste alfa foi realizado com 8 participantes através de um estudo quase experimental com medidas repetidas de qualidade de vida e revelou mudanças significativas nos escores do domínio mental. Contudo, o jogo ainda necessitava passar pela etapa de validação. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência do processo de validação de uma estratégia gamificada para a adesão ao tratamento de crianças renais crônicas em hemodiálise. Desenvolvimento do trabalho: Após os resultados do teste alfa, foi realizado brainstorming com os pesquisadores para compreender os pontos positivos e negativos, que serviriam como meta para posterior reformulação. Além disso, foi realizada a seleção de juízes de conteúdo e forma, tendo como base cinco critérios pré-estabelecidos, aos quais os juízes precisam contemplar pelo menos dois. Para juízes de conteúdo, são critérios: possuir experiência clínico-assistencial com hemodiálise pediátrica; trabalhos publicados em revistas e/ou eventos sobre tratamento hemodialítico pediátrico; trabalhos publicados em revistas/eventos sobre construção de Tecnologia Cuidativo Educacional relacionada à hemodiálise pediátrica; ser especialista; ser membro de sociedade científica na área de nefrologia ou hemodiálise. Para juízes de forma, são critérios: experiência profissional com jogos analógicos; ter trabalhos publicados em revistas/eventos sobre jogos analógicos; ter trabalhos publicados em revistas/eventos sobre construção e validação de tecnologias baseadas em jogos analógicos ou eletrônicos; ter criado e registrado jogos analógicos ou eletrônicos; ser especialista na área de game-design ou associadas. Resultados e/ou impactos: Como resultados negativos, os aplicadores iniciais da tecnologia relataram: efeito de fadiga, que surgia após algumas sessões de jogo; narrativas confusas e com pouca descrição; mapas confusos, pouco atrativos e com irregularidades; elementos de narrativa e educação em saúde inconsistentes; e subaproveitamento da tecnologia, que possuía foco exclusivo na modificação comportamental do jogador. A partir disso, ocorreu a reformulação por um mesmo grupo de designers, utilizando o mesmo aplicativo, objetivando a padronização do jogo. As narrativas tornam-se expandidas e mais detalhadas, com elementos claros de educação em saúde e uma linguagem acessível para aplicadores; os mapas e personagens reformulados, tornam-se mais coerentes com o design do jogo. O público alvo da tecnologia foi modificado, sendo atualmente destinada a crianças de 8 a 12 anos. Foram selecionados 13 juízes, sendo 9 de conteúdo e 4 de forma, que receberam a versão reformulada da tecnologia e estão analisando-a. Considerações finais: O produto reformulado está mais consistente em comparação com a versão anterior. Por possuir uma linguagem mais acessível e uma narrativa bem definida, possibilita a utilização do jogo por pessoas que não possuem experiências com jogos de RPG. Por fim, espera-se o retorno dos juízes para posterior modificações.