Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-03
Resumo
A Covid-19 apresenta sintomas que variam de inespecíficos leves até casos mais graves que demandam necessidade de tratamentos complexos e internações em unidades de terapia intensiva (UTI). Estudos apontam que, aproximadamente, 25% dos pacientes infectados que são hospitalizados necessitam de cuidados intensivos. Diante da possibilidade do número insuficiente de vagas de UTI gerar aumento de óbitos, é primordial garantir gestão adequada de leitos UTI e ser capaz de antecipar em tempo hábil a forma com a qual a pandemia pode afetar a ocupação dos leitos numa localidade. Diante desse cenário, o objetivo deste estudo foi observar a relação entre o total de óbitos por Covid-19 e a expansão de leitos de UTI Covid no estado de São Paulo e nas 17 Diretorias Regionais de Saúde (DRS) do Estado de São Paulo. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional descritivo. Os dados foram coletados a partir do Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), referentes ao período de fevereiro de 2020 a julho de 2021. As variáveis consideradas no estudo foram média móvel de sete dias do número de leitos de UTI Covid e soma móvel de sete dias de óbitos por Covid-19.
Em relação ao número de óbitos e o número de leitos do Estado de São Paulo, observou-se que o aumento dos leitos de UTI Covid acompanhou o aumento de óbitos. Em março de 2021 houve aumento nos óbitos, sendo o pico entre Março e Abril de 2021, devido a introdução da variante Gama no país. Entre Abril 2021 e Maio 2021 observou-se uma queda nos óbitos que se mantém até meados de junho de 2021, e após este período houve novamente queda no números de óbitos. A curva que mostra a média do número de leitos UTI Covid nos últimos sete dias, acompanha o mesmo padrão que a de óbitos. De forma geral, a maioria das DRS apresentaram padrão semelhantes entre a curva de óbitos e leitos de UTI Covid, havendo poucas variações. Das regionais que apresentaram as curvas de óbitos e leitos de UTI diferentes, destaca-se a DRS XII (Registro) e DRS II (Araçatuba). Na DRS XII, o número de leitos UTI Covid mantém um padrão constante durante todo o período analisado, entretanto os óbitos apresentam curva irregular com vários picos, sendo o mais significativo em Abril de 2021. Na região DRS II houve um pico no número de óbitos no mês de Abril 2021, porém o número de leitos aumentou de forma discreta e posteriormente, julho de 2021, assim, no período entre Abril e Maio de 2021 os óbitos ultrapassaram o número de leitos de UTI.
As hospitalizações e internações em UTI em decorrência das complicações da Covid-19 foram altas no período estudado, sendo primordial a distribuição igualitária dos recursos hospitalares, fato este que pode ter influenciado no número de óbitos. Entretanto, na atualidade, com o avanço da vacinação e a introdução da variante Ômicron, tem se observado a necessidade maior de leitos de enfermaria, pois os casos já estão se apresentando de forma menos grave.