Apresentação: A Educação Permanente em Saúde (EPS), além de ser uma política pública, é uma experiência de aprendizagem produtora de sentido que pode promover transformações das práticas dos profissionais de saúde. O ideário da Afrocentricidade é compreendido como um pensamento que concebe os africanos e seus descendentes como sujeitos que atuam sobre a sua própria imagem para tratar dos seus interesses humanos, como defende Asante (2009) e Mazana (2009). Trata-se de uma pesquisa de doutoramento em Educação na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sob o tema Educação Permanente em Saúde a partir da Afrocentricidade, e tem como objetivo – analisar os processos de EPS formulados pelo Comitê de Saúde da População Negra de PE (gestores, trabalhadores e usuários) sobre a saúde da população negra no estado, e a centralidade da participação da população negra na formulação da EPS sobre Saúde da População Negra.Método do estudo: Como apoio teórico para a educação permanente temos Ceccim (2004), Cecílio (2004), Cardoso (2017); Feuerwerker (2004), Ferla (2005), Merhy (2003). E a partir destes, aponta-se que a educação permanente em saúde é um processo educativo que se faz no mundo do trabalho para ressignificação do mesmo, e provocar mudanças no agir em saúde.  A pesquisa está em sua fase de produção de dados, e metodologicamente, se ancora na história oral de Thompson (1992) e Orlandi (2008), sendo esta, uma metodologia que considera a história enquanto fonte de produção de informações. Para a observação das informações, utilizaremos a análise de discurso desenvolvida por Pêcheux (2002) e Orlandi (2008). Serão realizadas entrevistas semiestruturada com gestores, trabalhadores e usuários, que se dedicam a educação permanente em saúde e a saúde da população negra em PE, estimando-se entrevistar, representantes do Comitê de Saúde da População Negra, na busca por informações que possibilite responder à questão de pesquisa, que é: Como o Comitê de Saúde da População Negra centraliza os conhecimentos em saúde Afrocentrados na Educação Permanente em Saúde? Discussão/Resultados: Já foi desenvolvido uma revisão integrativa sobre o tema, e os capítulos teórico e metodológico já estão redigidos. Até o momento, já foram realizadas 5 entrevistas das 8 entrevistas planejadas. Essas entrevistas estão em fase de transcrição, e as 3 entrevistas restantes estão em fase de agendamento. Uma das limitações para o desenvolvimento do estudo tem sido a situação da crise sanitária, civilizatória e institucional vivida no Brasil na atualidade em uma combinação de negação da ciência, cortes de recursos e aumento de morti-mortalidade, com a ausência e anuência do Estado Brasileiro. Registra-se que a defesa da tese está agendada para o mês de maio de 2022, em pleno acordo com o prazo acadêmico. Considerações finais: Considera-se que a pesquisa está se forjando como uma possibilidade de investigação no campo da educação permanente em saúde da população negra, apontando contribuições que inserem os saberes afrocentrados nas agendas da saúde coletiva quando se tratar da saúde da população negra.