O presente artigo tem como objetivo apresentar uma experiência sobre a utilização de academia de saúde para a promoção de hábitos saudáveis, no município de Canto do Buriti-PI. Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência que irá abordar a vivência de ações de educação em saúde com base na educação popular, segundo a percepção da enfermeira da Estratégia Saúde da Família. Para a construção do relato utilizou-se o diário de campo, um instrumento de registro de dados que permite sistematizar as experiências e depois analisar os resultados. Essa iniciativa constitui-se de uma proposta de avaliação da disciplina: Promoção da Saúde do Programa de Mestrado em Saúde da Família do PROFSAUDE-UFPI. Os momentos foram de espaço aberto para as falas, valorizando o saber dos indivíduos e os significados da experiência por eles emitidos, através da escuta atenta e respeitosa dos usuários. Isso permitiu aproximação com o conhecimento prévio dessas pessoas diante dos processos saúde/doença e de sua relação com as informações recebidas. Também foram instigadas a autonomia e a responsabilização sobre o próprio cuidado, através da conscientização sobre a importância adesão terapêutica, alimentação adequada, práticas corporais, zelo pela da saúde mental e consequências de maus hábitos. É importante lembrar que os saberes da população são construídos a partir da prática concreta das suas existências, que são vivenciadas de uma forma distinta do profissional. Diante desta experiência na Saúde da Família e os diversos métodos de se trabalhar com a promoção da saúde, percebeu-se que a Educação Popular é um método que valoriza o saber das pessoas, sua autonomia, provoca reflexões sobre o seu modo de viver e sua responsabilidade no plano terapêutico. Para maiores conclusões seria necessário um período maior de acompanhamento, no entanto observou-se que essa estratégia de aprendizado deixou as pessoas mais a vontade para se expressarem, sem medo de julgamentos e isso fez com que se sentissem parte da construção de saberes, refletindo sobre suas vulnerabilidades, potencialidades e necessidades. Os profissionais que participaram da experiência constataram que para o processo de transformação da realidade, precisa-se muito mais do que repasse de informações, como acontece nas palestras tradicionais. É necessário diálogo e construção de possibilidades de usuário-profissional, profissional-usuário para que haja transformação. Nesse sentido, constatamos que o profissional de saúde desempenha papel importante no empoderamento do usuário para um cuidado provedor de saúde. A sua atuação atravessa as dificuldades encontradas, no sentido de orientar as medidas necessárias e possíveis que cada usuário ou comunidade consiga realizar de acordo com a suas singularidades.