Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-05
Resumo
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são aquelas adquiridas durante a prestação dos cuidados de saúde, i.e.: as infecções do trato urinário (ITU) associadas a cateter, infecções de corrente sanguínea associada a cateter venoso (ICS) e a pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV). As IRAS representam um problema de saúde pública nacional e mundial visto que aumentam a morbidade e mortalidade hospitalar, prolongam a internação e, consequentemente, aumentam os custos assistenciais. Ainda, impactam de forma negativa a segurança do paciente e a qualidade assistencial dos serviços de saúde. A fim de reduzir a incidência das IRAS em serviços de saúde, inúmeras práticas de prevenção e controle de infecções baseadas em evidências estão sendo desenvolvidas.
Unidades de terapia intensiva (UTI) demandam profissionais especializados e com um aprimoramento contínuo de saberes e práticas, a fim de que as ações sejam eficazes, seguras e de excelência. O objetivo deste relato é descrever ações educativas realizadas a fim de prevenir as IRAS e correlacioná-las às taxas de adesão aos bundles de prevenção.
Desenvolvimento do trabalho
Este trabalho descreve o desenvolvimento e a aplicação da Educação Permanente em UTIs. Inicialmente, destinadas a pacientes suspeitos e/ou confirmados para COVID-19, após o controle epidemiológico da doença, as unidades destinaram-se ao atendimento de pacientes clínicos, cirúrgicos e traumatológicos. Desenvolvido em dois Hospitais Públicos da Região Metropolitana do Estado do Rio Grande do Sul. Como principal análise, correlacionou-se o impacto das atividades educacionais desenvolvidas com os indicadores de adesão aos bundles de prevenção de IRAS desenvolvidas no ano de 2021.
Os indicadores das taxas de adesão e conformidade dos bundles de prevenção às IRAS foram coletados e compartilhados pelo serviço de controle de infecção da Instituição.
A educação permanente foi baseada em uma matriz de treinamento priorizando os assuntos conforme as necessidades visualizadas e customizadas para o perfil do paciente atendido. Média de 1 treinamento a cada 20 dias, com atividades teórico-práticas.
Resultados
O percentual de adesão aos bundles de prevenção as ICS relacionadas a cateter obteve um crescimento percentual de 13% e o de conformidade, 11 %, mantendo-se nos dois meses subsequentes. Apresenta redução da adesão após 3 meses de treinamento.
Já em relação à PAV, o percentual de adesão ao bundle e o de conformidade dobrou em relação ao mês anterior do treinamento. Quanto à prevenção de ITU relacionado a cateter vesical, observou-se que a taxa de adesão teve um acréscimo de 5% nos meses subsequentes, bem como nas conformidades.
Considerações Finais
A educação permanente faz-se essencial no contexto de melhoria progressiva e contínua da equipe assistencial, repercutindo na qualidade da assistência. Nota-se que há uma melhora significativa no mês subsequente a ação educativa, que se perpetua nos dois meses seguintes. Entretanto, após o terceiro mês de intervenção percebe-se uma redução dessa adesão. Isto possibilita inferir que as ações educativas devem ser periódicas, com metodologias diferentes a fim de se manter um platô ótimo de adesão e, concomitantemente, aprimorar a assistência.