Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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A Rede de Diálogos enquanto um espaço produtor de cuidado em saúde na virtualidade
Última alteração: 2022-02-03
Resumo
As movimentações coletivas são essenciais para confluirmos em outraspossibilidades existenciais no cuidado em saúde, principalmente, em tempospandêmicos. São ainda mais potencializadas por meio da autonomia e inventividadedas pessoas educandas de Universidades públicas e gratuitas, ao transcenderem seuspercursos formativos. Dentro desse contexto, a Rede de Diálogos foi um espaçovirtual construído coletivamente durante o período de distanciamento socialpromovido pela pandemia de COVID-19. Sendo idealizado, primeiramente, por umapessoa educanda do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ), que a partir dessa ideia entrelaçou as vivências e afetações com outraspessoas participantes. Essas que são de diferentes territórios e instituições de ensinosuperior, evidenciando uma potencialidade da virtualidade, a qual permitiu nosaproximar diante do afastamento dos corpos. Desse modo, constitui-se um grupocaracterizado pela interdisciplinaridade e diversidade nas diferentes áreas deconhecimento, além da pluralidade de visões e saberes de um coletivo diverso, emarticulações de classe, territorialidade, raça, sexualidade e gênero. Nesse meiogerminamos em diálogos sobre nossas existências, como discussões a cerca dosassuntos mais inquietantes que atravessam as vidas humanas em colapso. Assim, aRede de Diálogos torna-se um espaço de escuta acolhedora, questionadora,inquietadora e horizontal de saberes e viveres. O objetivo deste relato é compartilharas vivências e experiências das pessoas participantes produzidas a partir das questões einquietações provocadas nos encontros. A Rede de Diálogos foi um grupo dinâmicoque se encontrava semanalmente, durante duas horas pela plataforma Discord, peloperíodo de quatro meses no ano de 2020. As discussões eram promovidas a partir deuma temática central com sugestões prévias de leituras e vídeos. Os encontros eramorganizados como rodas virtuais que sempre se iniciavam com um acolhimento dassubjetividades. Após essa acolhida inicial ocorriam rodadas de discussão sobre o temacentral, sempre em articulação com o novo coronavírus, a fim de criarmos um pensarcoletivo nos tempos atuais. Ao final, a rede encaminhava os próximos temascoletivamente e aconchegava os desconfortos gerados no encontro. Os potentes relatoseram escritos e descritos nas atas vivas, uma construção conjunta dos olharessensíveis-subjetivos das pessoas. Esperamos que este relato de experiência seja umsemeador de novas práticas coletivas em saúde numa perspectiva interdisciplinar etransversal. Por fim, é importantíssimo o protagonismo discente pelos fluxos coletivosautônomos e independentes para reorganizarmos os processos de formação nos maisdiversos espaços possíveis.