Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Implicações em saúde mental relacionadas ao universo dos acadêmicos do curso de Medicina
Francisco José Leal de Vasconcelos, Francisco David Gonçalves Gomes, Lorena Maria Lima Andrade, Queila Camille Martins Pinto Saraiva, Jeanny Fiuza Costa Frota de Oliveira, Vitor Vasconcelos Cabral, Luiz Jose de Lima Neto

Última alteração: 2022-02-03

Resumo


Apresentação: Dados epidemiológicos evidenciam o crescimento do adoecimento mental na sociedade brasileira. Dentre os grupos de brasileiros afetados por transtornos de depressão e ansiedade, existem alguns que são mais impactados. Nesse sentido, tem-se que os acadêmicos de Medicina estão entre aqueles com acentuados índices de ansiedade e depressão, principalmente pelo volume de atividades, assim como pela pressão exercida em relação ao elevado padrão de formação da profissão. Dito isso, torna-se relevante analisar os contornos referentes ao desenvolvimento de transtornos mentais em estudantes do curso de Medicina. Desenvolvimento: Foi feita uma revisão de artigos científicos que tratam sobre a saúde mental e as implicações relacionadas aos estudantes da graduação em Medicina. Para tanto, foram consultadas as bases de dados da SCIELO e da PUBMED por meio das quais foi possível selecionar os estudos científicos mais pertinentes ao objeto em discussão. Resultados: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, 16,3 milhões de pessoas acima de 18 anos sofrem de sintomas depressivos no Brasil. A Organização Mundial da Saúde-OMS aponta que 18,6 milhões de indivíduos apresentam transtornos de ansiedade no país. O elevado número de pessoas com esses tipos de transtornos indica a necessidade de ampliar o rol de políticas públicas que possam garantir o atendimento universal e integral, sob pena de – em não as oferecendo – ocorrer inúmeros prejuízos para a saúde das famílias da qual fazem parte essas pessoas, bem como haver impactos negativos no desenvolvimento econômico do país, com reflexos na dimensão social. Evidencie-se que esses impactos negativos são ainda mais contundentes entre os estudantes universitários, especialmente os acadêmicos de medicina, considerando que grande parte destes sofre uma tripla carga de pressão: da família, dos professores e da sociedade. É perceptível que o curso de Medicina  impõe um volume significativo de responsabilidades como, por exemplo, uma elevada carga horária de estudo, cobranças institucionais quanto ao ritmo das atividades e necessário isolamento para se dedicar aos complexos conteúdos. Nessa direção, infere-se que muitos desses acadêmicos, além de não encontrarem espaços na sua rotina para buscar apoio psicológico, acabam negligenciando sua saúde mental em detrimento da aceitação daquelas responsabilidades. Ademais, pela ausência de momentos de lazer, esses jovens procuram refúgio através de alternativas potencialmente recompensatórios como, por exemplo, as drogas, o abuso do álcool e do tabaco, a automedicação etc. A associação entre esses fatores contribui para a maior suscetibilidade à ansiedade e/ou depressão. Considerações finais: Demonstrou-se que os alunos do curso de Medicina estão vulneráveis ao desenvolvimento das patologias mentais devido, principalmente, a elevada carga de atividades e de responsabilidades. Conclui-se, portanto, que é de suma importância estabelecer um paralelo entre a vida acadêmica e a saúde mental. Faz-se necessário também que as Instituições de Ensino Superior – ambiência onde esses acadêmicos passam boa parte do seu tempo, durante à formação – aprofundem o conhecimento acerca desse contexto e adotem providências que mitiguem e/ou previnam esses impactos na vida dos estudantes.