Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-11
Resumo
APRESENTAÇÃO: Em 7 de janeiro foi descoberto um novo tipo de coronavírus descrito como Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave - SARS-CoV-2, dois meses depois a OMS declarou a pandemia do Coronavírus disease 2019 - covid-19. O novo coronavírus é capaz de causar doenças respiratórias graves e, que apresenta uma taxa de 2% de letalidade. A transmissão ocorre principalmente através de gotículas respiratórias de tosses e espirros, por contato direto e indireta, em forma de aerossóis. Os sintomas apresentados pelos pacientes podem variar de leves, graves a fatais, mas também pode se manifestar de forma assintomática. O avanço rápido do novo coronavírus no mundo é uma preocupação a nível global, constituindo uma emergência da saúde pública, devido a sua alta virulência e poder de disseminação na população, levando a uma alta demanda atendimentos hospitalar. A pandemia da Covid-19 gerou grandes impactos na odontologia, uma vez que o cirurgião dentista é submetido diversas vezes ao contato direto com a saliva e aerossóis que ficam submersos no ambiente durante o atendimento, sendo estas as principais formas de contaminação. Com a retomada gradual das atividades em consultórios e centros universitários, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o impacto da pandemia da Covid-19 entre os acadêmicos de odontologia na Universidade do Estado do Amazonas e saber de que forma os acadêmicos foram atingidos. O estudo em questão torna-se relevante, uma vez que Manaus foi uma das cidades do Brasil que entrou em rápido colapso com os casos de COVID-19, sendo conhecida como uma das piores situações de todos os estados, assim, poderá ser observado a percepção dos acadêmicos durante a pandemia e quais as suas expectativas profissionais pós-pandemia. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo de forma transversal com os acadêmicos matriculados no curso de odontologia da Universidade do Estado do Amazonas, em Manaus. Um estudo A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas, e aprovada com parecer número 4.525.486. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a junho de 2021, após aprovação do comitê de ética e autorização da Escola Superior de Ciências da Saúde. Participaram da pesquisa os discentes maiores de 18 anos, matriculados e cursando disciplinas no curso de Odontologia da ESA/UEA, que consentiram a participação mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, respondendo o questionário na plataforma Google Forms. A coleta de dados foi realizada de forma digital, sem contato presencial com o possível participante, foi utilizado as redes sociais para divulgação do formulário eletrônico, resguardando a privacidade e o sigilo das informações, o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e o instrumento de coleta de dados elaborados em formulário digital (google forms) foram encaminhados aos estudantes. Para participar da pesquisa os acadêmicos acessaram o link disponibilizado, onde continha uma cópia de termo de consentimento livre e esclarecido para download e o questionário para ser respondido. O instrumento utilizado na pesquisa foi um questionário estruturado e autoaplicável criado no Google Forms®, o qual continha dados de identificação, com vistas a caracterizar o perfil do participante da pesquisa, e 24 questões relativas ao impacto da pandemia da Covid-19 entre os acadêmicos do curso de Graduação em Odontologia da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA). O tempo médio para responder ao questionário foi de cerca de 10 minutos. Além disso, estava disponível no formulário eletrônico um link para que o participante acesse uma cópia em PDF do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) devidamente assinado pelo pesquisador para fazer download e guardar. O questionário aplicado nesta pesquisa foi baseado no artigo “The Perceptionof COVID-19 amongItalianDentists: AnOrthodontic Point ofView”, em que possui um questionário com 40 perguntas. As perguntas, expressas de forma simples, visaram investigar o comportamento dos acadêmicos da odontologia e analisar suas reações em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave-Coronavirus-2 (Sars-CoV-2) e as medidas restritivas pandêmicasOs dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel 2010 e submetidos à análise estatística utilizando o software SPSS versão 20.0 para Windows. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 93 acadêmicos matriculados no curso de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas, sendo 75,3% (70) feminino e 24,7% (23) masculino, com a média de idade de 25,5. Dos acadêmicos que responderam ao questionário a maioria 26,9% (25) estavam no 9o período. quando perguntado quando as práticas foram encerradas 93,5% (87) responderam março, 4,3% (4) em abril e 2,2% (2) somente em maio. 94,6% (88) dos pacientes entenderam o motivo da paralisação, desses 89,2% (83) foram comunicados da paralisação da policlínica odontológica da Universidade, através de contato telefônico e 10,8% (10) por rede sociais. Com a retomada das atividades, 72% (67) cancelaram as consultas previamente. 34,4% (32) dos acadêmicos consideram que a Covid-19 gerou condições negativas nas suas atividades, 59,1% (55) pensaram em trancar e 55,9% (52) conheceram alguém que trancou, 64,5%. Quanto ao uso de EPI, os mais usados antes da pandemia eram 54,8% (51) luva, máscara, jaleco, touca e óculos. Com a retomada das atividades 55,9% (52) respondeu que a coordenação foi útil na instrução sobre EPI, 64,5% (60) mudaram seus EPI com a pandemia, e como medida para evitar o contato com vírus 72,2% (68) passou a usar máscara n95, dupla camada de luva, face Shields, jaleco descartável e óculos de proteção, 81,7% (76) encontram dificuldade para encontrar EPI. 60,2% (56) dos acadêmicos estão extremamente ou bastante preocupados em contrair covid-19, 63,4% (59) já tiveram um ou mais parentes que contraíram a doença, 40,9% (38) respondeu que esse problema o incomodou por vários dias e 38,7% (36) respondeu que incomodou quase todos os dias. 50,5% (47) estão extremamente preocupados com seu futuro e o que mais preocupa, 90,3% (84) é não saber quando essa situação emergencial vai acabar. Quando perguntado quais emoções sentem quando pensam em COVID-19: 59,1% (55) sente medo, 57% (53) ansiedade, 75,3% (70) preocupação, 54,8% (51) tristeza e 41,9 (39) raiva. Uma acadêmica relatou ter tido crise de ansiedade quando respondeu o questionário. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pandemia da Covid-19 afetou diretamente as práticas clínicas no cotidiano dos acadêmicos entrevistados, foi necessária a adaptação ao novo normal, como a utilização de novos EPIs, e houve uma maior preocupação por parte dos acadêmicos com o futuro. É de grande relevância pesquisas que busquem analisar as mudanças ocorridas nas atividades acadêmicas devido a pandemia da Covid-19, nos mais diversos aspectos, principalmente relacionadas a saúde mental e às práticas acadêmicas dos estudantes de odontologia que precisaram se adaptar aos novos protocolos para o atendimento odontológico.
Palavras-chave: Covid-19; Contaminação; Assistência odontológica.