Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NAS PRÁTICAS CLÍNICAS DOS ACADÊMICOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
tania cristine liborio pereira, Adriana Beatriz Silveira Pinto, Ângela Xavier Monteiro, Maria de Fátima Ribeiro Rodrigues, Lauramaris de Arruda Regis Aranha, Shirley Maria de Araújo Passos

Última alteração: 2022-02-11

Resumo


APRESENTAÇÃO: Em 7 de janeiro foi descoberto um novo tipo de coronavírus descrito como Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave - SARS-CoV-2, dois meses depois a OMS declarou a pandemia do Coronavírus disease 2019 - covid-19. O novo coronavírus é capaz de causar doenças respiratórias graves e, que apresenta uma taxa de 2% de letalidade. A transmissão ocorre principalmente através de gotículas respiratórias de tosses e espirros, por contato direto e indireta, em forma de aerossóis. Os sintomas apresentados pelos pacientes podem variar de leves, graves a fatais, mas também pode se manifestar de forma assintomática. O avanço rápido do novo coronavírus no mundo é uma preocupação a nível global, constituindo uma emergência da saúde pública, devido a sua alta virulência e poder de disseminação na população, levando a uma alta demanda atendimentos hospitalar. A pandemia da Covid-19 gerou grandes impactos na odontologia, uma vez que o cirurgião dentista é submetido diversas vezes ao contato direto com a saliva e aerossóis que ficam submersos no ambiente durante o atendimento, sendo estas as principais formas de contaminação. Com a retomada gradual das atividades em consultórios e centros universitários, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o impacto da pandemia da Covid-19 entre os acadêmicos de odontologia na Universidade do Estado do Amazonas e saber de que forma os acadêmicos foram atingidos. O estudo em questão torna-se relevante, uma vez que Manaus foi uma das cidades do Brasil que entrou em rápido colapso com os casos de COVID-19, sendo conhecida como uma das piores situações de todos os estados, assim, poderá ser observado a percepção dos acadêmicos durante a pandemia e quais as suas expectativas profissionais pós-pandemia. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo descritivo de forma transversal com os acadêmicos matriculados no curso de odontologia da Universidade do Estado do Amazonas, em Manaus. Um estudo A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas, e aprovada com parecer número 4.525.486. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a junho de 2021, após aprovação do comitê de ética e autorização da Escola Superior de Ciências da Saúde. Participaram da pesquisa os discentes maiores de 18 anos, matriculados e cursando disciplinas no curso de Odontologia da ESA/UEA, que consentiram a participação mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, respondendo o questionário na plataforma Google Forms. A coleta de dados foi realizada de forma digital, sem contato presencial com o possível participante, foi utilizado as redes sociais para divulgação do formulário eletrônico, resguardando a privacidade e o sigilo das informações, o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e o instrumento de coleta de dados elaborados em formulário digital (google forms) foram encaminhados aos estudantes. Para participar da pesquisa os acadêmicos acessaram o link disponibilizado, onde continha uma cópia de termo de consentimento livre e esclarecido para download e o questionário para ser respondido. O instrumento utilizado na pesquisa foi um questionário estruturado e autoaplicável criado no Google Forms®, o qual continha dados de identificação, com vistas a caracterizar o perfil do participante da pesquisa, e 24 questões relativas ao impacto da pandemia da Covid-19 entre os acadêmicos do curso de Graduação em Odontologia da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA). O tempo médio para responder ao questionário foi de cerca de 10 minutos. Além disso, estava disponível no formulário eletrônico um link para que o participante acesse uma cópia em PDF do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) devidamente assinado pelo pesquisador para fazer download e guardar. O questionário aplicado nesta pesquisa foi baseado no artigo “The Perceptionof COVID-19 amongItalianDentists: AnOrthodontic Point ofView”, em que possui um questionário com 40 perguntas. As perguntas, expressas de forma simples, visaram investigar o comportamento dos acadêmicos da odontologia e analisar suas reações em relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave-Coronavirus-2 (Sars-CoV-2) e as medidas restritivas pandêmicasOs dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Excel 2010 e submetidos à análise estatística utilizando o software SPSS versão 20.0 para Windows. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 93 acadêmicos matriculados no curso de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas, sendo 75,3% (70) feminino e 24,7% (23) masculino, com a média de idade de 25,5. Dos acadêmicos que responderam ao questionário a maioria 26,9% (25) estavam no 9o período. quando perguntado quando as práticas foram encerradas 93,5% (87) responderam março, 4,3% (4) em abril e 2,2% (2) somente em maio. 94,6% (88) dos pacientes entenderam o motivo da paralisação, desses 89,2% (83) foram comunicados da paralisação da policlínica odontológica da Universidade, através de contato telefônico e 10,8% (10) por rede sociais. Com a retomada das atividades, 72% (67) cancelaram as consultas previamente. 34,4% (32) dos acadêmicos consideram que a Covid-19 gerou condições negativas nas suas atividades, 59,1% (55) pensaram em trancar e 55,9% (52) conheceram alguém que trancou, 64,5%. Quanto ao uso de EPI, os mais usados antes da pandemia eram 54,8% (51) luva, máscara, jaleco, touca e óculos.   Com a retomada das atividades 55,9% (52) respondeu que a coordenação foi útil na instrução sobre EPI, 64,5% (60) mudaram seus EPI com a pandemia, e como medida para evitar o contato com vírus 72,2% (68) passou a usar máscara n95, dupla camada de luva, face Shields, jaleco descartável e óculos de proteção, 81,7% (76) encontram dificuldade para encontrar EPI. 60,2% (56) dos acadêmicos estão extremamente ou bastante preocupados em contrair covid-19, 63,4% (59) já tiveram um ou mais parentes que contraíram a doença, 40,9% (38) respondeu que esse problema o incomodou por vários dias e 38,7% (36) respondeu que incomodou quase todos os dias. 50,5% (47) estão extremamente preocupados com seu futuro e o que mais preocupa, 90,3% (84) é não saber quando essa situação emergencial vai acabar. Quando perguntado quais emoções sentem quando pensam em COVID-19: 59,1% (55) sente medo, 57% (53) ansiedade, 75,3% (70) preocupação, 54,8% (51) tristeza e 41,9 (39) raiva.  Uma acadêmica relatou ter tido crise de ansiedade quando respondeu o questionário. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pandemia da Covid-19 afetou diretamente as práticas clínicas no cotidiano dos acadêmicos entrevistados, foi necessária a adaptação ao novo normal, como a utilização de novos EPIs, e houve uma maior preocupação por parte dos acadêmicos com o futuro. É de grande relevância pesquisas que busquem analisar as mudanças ocorridas nas atividades acadêmicas devido a pandemia da Covid-19, nos mais diversos aspectos, principalmente relacionadas a saúde mental e às práticas acadêmicas dos estudantes de odontologia que precisaram se adaptar aos novos protocolos para o atendimento odontológico.

 

Palavras-chave: Covid-19; Contaminação; Assistência odontológica.