A Covid-19 é uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2, um novo tipo de coronavírus, nome dado em razão da semelhança com uma coroa em análise microscópica (FEHR; PERLMAN, 2015). Em 11 de março de 2020, a Covid- 19 foi caracterizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma pandemia, tornando-se um desafio para os governos que se viram obrigados a definir novas estratégias em seus serviços de saúde para enfrentar as demandas geradas pela pandemia. No Brasil a atenção primária reorganizou os fluxos de atendimentos aos usuários, de maneira a otimizar o atendimento aos casos suspeitos de Covid 19. A OMS divulgou orientações sobre os cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir a doença. Nessa perspectiva, os pesquisadores destacam que até o presente momento, por ser uma doença infectocontagiosa emergente, a adoção das medidas de prevenção da COVID-19 representa a melhor opção para o controle da propagação do vírus. Portanto, com o objetivo de conter a transmissão do SARS-CoV-2, fronteiras foram fechadas e  diversas  recomendações  foram  estabelecidas,  como  o  isolamento  social,  lavagem das mãos, uso do álcool para desinfecção das mãos;  à limpeza e desinfecção de superfícies com mais rigor e o uso obrigatório de máscaras em ambientes públicos. Diante da situação de pandemia originada em razão do surgimento de um novo tipo de coronavírus, existem inúmeras dúvidas e inseguranças a respeito da prevenção e tratamento da doença. Como ressaltado, a falta de conhecimentos acerca da doença, contribuiu para as poucas evidências científicas no tratamento preventivo, culminando na evolução da COVID-19 em populações consideradas de maior suscetibilidade, o grupo de risco, a exemplo de idosos, indivíduos portadores de doenças crônicas e imunodeprimidos (OPAS, 2020). Observa-se que a população tem buscado se informar cada vez mais a respeito da nova doença na tentativa de encontrar elucidações mais detalhadas e acabam se deparando com fontes cientificas elaboradas com uma linguagem técnica direcionada aos profissionais da área e também acessando textos sem fundamentos, gerando a partir dessa situação possibilidades para uma percepção equivocada das informações, assim como dualidades de interpretações, sensacionalismo, achismos e as incontáveis notícias falsas (fake News) divulgadas amplamente (OPERA MUNDI, 2019). Dessa maneira a educação em saúde é fundamental para confrontar a desinformação, especialmente, por intermédio de estratégias de qualificação das informações através da produção de materiais educativos que sejam elaborados com uma linguagem de fácil compreensão e, principalmente, que sejam baseados nas percepções da população sobre a doença, para que apoiem as ações de educação em saúde com maior eficácia. O estudo que ora apresentamos foi realizado na USF Gebes de Medeiros Filho, parte integrante do Distrito Leste, situado na Zona Leste de Manaus no bairro Jorge Teixeira, em uma área superficial de 1.019.87 hectares que abrange as comunidades do Jorge Teixeira de I a IV, Conjunto Carlos Mestrinho, Nova Floresta, Conjunto Arthur Filho, João Paulo I e II, Monte Sião e Bairro Novo, fazendo fronteira com os bairros da Cidade Nova, Distrito Industrial e Tancredo Neves. A unidade de saúde é referência para o atendimento da Covid-19, que vem atendendo muitos casos da doença. O estudo tem como objetivo contribuir para adesão dos usuários as formas de prevenção, a partir da qualificação da informação. Trata-se de uma pesquisa-ação com objetivos específicos de 1) analisar a percepção dos usuários e das medidas de prevenção ao covid-19 e 2) Elaborar um projeto de intervenção na área da educação com elaboração de uma cartilha de orientações aos usuários do território. Este Projeto de intervenção faz parte de um estudo multicêntrico nacional sobre a percepção dos usuários em relação as medidas de prevenção e controle da covid 19. A análise dos dados acerca da percepção e dos significados dos usuários, acerca da Covid 19, na área de abrangência da USF referida, servirá de subsídios para o desenvolvimento de um projeto de intervenção na área da em educação em saúde, através da elaboração de uma tecnologia educativa, direcionada a contribuir com a prevenção da doença que será disponibilizada na SEMSA. Foram entrevistados 70 (setenta) usuários, sendo 15 (quinze) do sexo masculino e 55 (cinquenta e cinco do sexo feminino. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando o software Microsoft®Excel, coletados através de uma entrevista estrutura com perguntas fechadas. Os dados analisados apontaram que 35,71% dos entrevistados se informam sobre o coronavírus através dos profissionais da saúde e 64,28% por outros meios. Em relação ao tipo de informação recebida sobre a doença, 83% informaram que receberam informações sobre isolamento e uso de máscara; 10% sem isolamento e uso de máscara e 7% sem isolamento e sem máscara; 36% dos entrevistados informaram receber as informações a respeito da Covid-19 através de profissionais e 64% através de outros meios. Em relação as fontes de informações que mais confiam, 37% afirmaram confiar nas informações dadas pelos profissionais de saúde; 52% confiam nas informações veiculadas pelos meios de comunicação e 11% confiam nas informações repassadas pelos governantes. 49% responderam que se sentem bem-informados pelos meios de comunicação e 51% se sentem mal informados; Em relação as informações repassadas pelos profissionais de saúde, 37% responderam que são muito bem informados; 10% razoavelmente informados e 53% declararam não receber informações pelos profissionais de saúde.  No que tange as informações veiculadas pelas redes sociais, 39% se dizem bem-informados; 10% razoavelmente informados e 51% sem informação. Quando perguntados sobre a possibilidade deles e da família serem contaminada pelo coronavírus, 33% informaram ser muito baixa, 24% razoavelmente alta e 43% muito alta. Em relação ao grau de importância das medidas de prevenção, 87% consideram o isolamento muito importante, 1,42% razoavelmente importante; 89% consideram o uso de máscara muito e 11% razoavelmente importante; 86% consideram muito importante evitar as aglomerações e apenas 4% acham razoavelmente importante. Em relação ao grau de confiança em relação as medidas de prevenção e proteção ao coronavírus adotadas pelo entrevistado e sua família, 46% dos entrevistados indicam que existe uma possibilidade baixa de proteção e 54% uma possibilidade alta. No que tange a gravidade da doença, 84% avaliam a doença como muito grave e 26% razoavelmente grave; sobre a adoção das medidas de prevenção a Covid-19, 79% afirmaram que adotam o uso da máscara, 11% usam a máscara, mas não adotam o isolamento e 10% informam que fazem o isolamento, mas não usam a máscara. Os resultados analisados do presente estudo reforçam a necessidade de realização de atividade de educação em saúde que abordem a importância da adoção de medidas de prevenção à doença.