Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Última alteração: 2022-02-03
Resumo
Apresentação: Os profissionais de saúde produzem e/ou utilizam informações e registros no cotidiano de seu trabalho. Dentre estes, encontra-se a/o Agente Comunitária/o de Saúde, trabalhador de suma importância na Atenção Primária à Saúde (APS). É importante citar que as informações adquiridas com base nesses dados possibilitam a classificação de prioridades e o planejamento de ações educativas, prevenção de doenças e promoção da saúde. Levando esses aspectos em consideração, entendeu-se que seria oportuno ouvir as ACS, docentes e pesquisadores, de diferentes partes do Brasil, envolvidos na formação desses agentes, sobre a temática dos sistemas de informações e registros em saúde. Essa escuta se desenvolveu por meio de reuniões virtuais, no formato de Rodas de Conversa.
Desenvolvimento: As rodas de conversas virtuais tiveram como estratégia principal o exercício de escuta das vivências e percepções verbalizadas pelos participantes e de mediação por meio de perguntas que estimulavam os diálogos. Foram realizadas 13 rodas com a participação total de 24 pessoas, sendo 17 docentes e/ou pesquisadores, envolvidos na formação deste profissional nas cinco regiões do Brasil e 7 ACS de três estados, no período de jun/2020 a fev/2021. Foi elaborado um relatório de todo o processo e identificados os principais conteúdos sobre as informações e registros em saúde (IRS) relevantes para a formação do ACS.
Resultados: Foi elaborada uma sistematização com as contribuições de docentes, pesquisadores e ACS a respeito dos temas da informação em saúde, sistemas de informações e registros em saúde para a formação da/o ACS. Há uma carência de materiais formativos sobre estes temas voltados especificamente para o agente comunitário. Os principais conteúdos identificados foram agrupados em unidades temáticas, sendo as principais: IRS no SUS; o trabalho do ACS com as IRS; a informação territorializada; determinação social do processo saúde-doença; epidemiologia e demografia no trabalho do ACS; indicadores de saúde na APS; principais sistemas de informações em saúde; registros em saúde; saúde digital; dispositivos móveis no trabalho do ACS; e diagnóstico informacional.
Considerações finais: A realização das rodas se mostrou potente para a capilarização da discussão sobre a formação do ACS com ênfase na temática da IRS. Temática muitas vezes preterida no sentido de vir impositiva, tendo pouca possibilidade destes profissionais poderem se apropriar dos dados e registros coletados pelos sistemas de informação para repensar o seu processo de trabalho e apoiar o diagnóstico da situação de saúde de sua microárea de atuação. Esta atividade também possibilitou sistematizar conhecimento específico sobre o tema das informações e registros em saúde no trabalho do ACS. As rodas de conversa trouxeram subsídios que estão sendo incluídos na produção de um e-book interativo sobre esta temática. Ademais, foi promissor o diálogo e integração institucional com docentes e/ou pesquisadores e ACS de diferentes regiões do país.