A tuberculose é uma doença infectocontagiosa e crônica que  representa um problema de Saúde Pública e possui elevada incidência no mundo, especialmente entre comunidades de maior vulnerabilidade social. Neste cenário, surgiu em 2019, em Wuhan-China, o vírus Sars-coV-2, causador da covid-19, doença até então desconhecida, e que rapidamente assumiu proporções pandêmicas. As descobertas graduais frente a ocorrências vividas, indicam que indivíduos com infecção latente por tuberculose, e com tuberculose ativa com lesões pulmonares  em tratamento ou dela curados podem apresentar evolução mais rápida e grave da covid-19. A pandemia promoveu uma interrupção abrupta da assistência a pacientes com doenças crônicas, em favor da priorização de atendimento assistencial a pacientes com covid-19. Diante da emergência instaurada pela pandemia do novo coronavírus  e cientes da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e de sua relação com as funções socioeducacionais que integram mecanismos teórico-práticos para a elaboração do processo de ensino-aprendizagem, o projeto em curso “Melhorias da Medicina de Família e Comunidade para o controle da tuberculose na Atenção Básica de Saúde” propõe aos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro a construção de conhecimentos com base em problemas emergentes da prática social. Propõe para os alunos o retorno a práticas assistenciais, em ambiente virtual por meio de uso das Tecnologia da informação e da comunicação no contexto da Atenção Primária de Saúde  e os convida a gerar benefícios coletivos em território assistencial de uma Clínica de Família localizada  em um Complexo de favelas no bairro da Penha do município do Rio de Janeiro. O objetivo do estudo é contribuir para a cura da tuberculose, redução dos agravos da Covid-19 e desenvolver um novo estilo de ensino e aprendizagem voltado para a restauração do cuidado com o paciente  e o controle de  ambas as doenças. Esse  estudo é qualitativo e transversal e foi  realizado no período entre junho de 2020 a dezembro de 2020. O público alvo foi pacientes em tratamento de tuberculose residentes no território assistencial da referida unidade de saúde,   conhecido pelo convívio com a violência e a elevada vulnerabilidade à tuberculose e a covid-19. Assim sendo, este projeto de Pesquisa e Extensão adotou o uso de diferentes instrumentos digitais  para o seu desenvolvimento. Optou-se pela prática de telemonitoramento ideal para o desenvolvimento de ações assistenciais juntos a usuários, quando existe um afastamento entre eles. Na etapa investigativa, os dados foram obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do livro de Registro e Acompanhamento de Tratamento dos Casos de Tuberculose da unidade de saúde. Por meio de ligações telefônicas, utilizou-se  um formulário adaptado do questionário “Conhecimentos, práticas e atitudes” da Organização Mundial de Saúde, publicado em 2008, e que concede aos pesquisadores o direito de adaptá- lo para uso em suas pesquisas, atendendo assim, ao perfil de sua população de estudo. O formulário adaptado  foi elaborado no Google Forms, visando sua aplicação imediata junto aos pacientes, por alunos de diferentes cursos de Graduação. A vantagem do uso do Google Forms é que este programa garante a avaliação automática dos dados obtidos. Almejou-se  obter o perfil dos pacientes e conhecer-se o que  sabiam sobre a tuberculose e a covid 19, para o desenvolvimento de um material educacional específico que atendesse as demandas identificadas. Por acreditar-se no poder da educação para motivar transformações pessoais e coletivas, realizou-se ao final de cada ligação, ações de educação para a saúde, com base em um diálogo esclarecedor sobre ambas as doenças. A análise dos 44 formulários aplicados foi gerada automaticamente pelo programa citado e revelou que 60,5% da população era do sexo feminino, 48,8% autodeclararam-se de cor parda e 32,6% com ensino fundamental incompleto. Sobre a forma de aquisição da tuberculose, 37,2% relataram não saber, 61,9% acreditavam que a pessoa com tuberculose tem mais facilidade de "pegar" covid-19 e citaram o medo de ir à clínica. Sobre as formas de entrada do novo coronavírus no organismo, 30,2% não souberam informar.  Entendeu-se como primordial a elaboração de um material educacional de fácil propagação para esclarecer dúvidas e equívocos identificados. Assim, a equipe multiprofissional constituída de discentes dos cursos de odontologia, enfermagem e medicina de diferentes instituições de Ensino Superior público e privado  e docentes  da Universidade Federal do Rio de Janeiro optou pela elaboração de um vídeo, tendo em vista a boa aceitação de mídias digitais pela população. Esclarece-se que o perfil da amostra de estudo e os equívocos observados em relação a tuberculose e a covid-19 foram relevantes para definir um parâmetro em relação a modalidade do vídeo a ser elaborado. Optou-se pelo uso de um vocabulário simples, com imagens coloridas e animadas a fim de prender a atenção desse público e colaborar com a compreensão do texto relatado durante a visualização do vídeo. Para este fim, realizou-se um criterioso planejamento que envolveu toda a equipe interprofissional para a realização de pesquisas bibliográficas, buscas de imagens na internet, seleção de uma plataforma para edição do vídeo, elaboração do texto e escolha de um narrador e de um editor. Ocorreram reuniões virtuais  para  produção  e discussão do  texto coletivo e escolha de imagens. O vídeo elaborado intitula-se “Tuberculose e o novo coronavírus: o que você precisa saber.” e foi compartilhado em redes sociais, como WhatSApps, Youtube, Instagram e  Facebook a fim de promover a rápida e ampla divulgação de informações sobre estas enfermidades não só para a população de estudo, mas para demais populações de lugares longínquos, alcançados pela internet. A intenção foi conceder subsídios para aquele que o assistir, buscar o auxílio assistencial frente ao reconhecimento dos sinais e sintomas de tuberculose e covid-19, favorecendo o diagnóstico precoce, o início imediato do tratamento da tuberculose e a redução de agravos pela covid-19. Concluiu-se que o estudo trouxe contribuições para o ensino, pesquisa e extensão no que tange a oferta de um estilo novo de ensino e aprendizagem aos alunos, que se integraram a  uma equipe multidisciplinar para a elaboração de um material educacional. Abriu espaços de pesquisa e de discussões entre profissionais de saúde sobre ambas as doenças. Com a produção desse vídeo, a intenção foi levar informações extramuros e beneficiar às comunidades vulneráveis em um momento de isolamento social, imposto pela pandemia de covid-19. Almejou-se que o vídeo pudesse favorecer não só a pacientes em tratamento de tuberculose, mas também a populações diversas, para a aquisição de conhecimentos, a reflexão e a autonomia para o desenvolvimento de ações, envolvendo a tuberculose e a covid-19, contribuindo para a prevenção de ambas as doenças e a promoção da saúde a nível pessoal e coletivo. Além disso, as práticas desenvolvidas propiciaram aos alunos o desenvolvimento de habilidades de comunicação e a aquisição de novos conhecimentos sobre duas doenças responsáveis por graves problemas sociais; a  tuberculose e a covid-19.