Este trabalho pretende relatar a experiência da implantação de Programas de Residência Médica e Multiprofissional no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo. No ano de 2020 foram implantados 07 (sete) Programas de Residência em Saúde (PRS), sendo 03 (três) na área médica (Acupuntura, Psiquiatria e Medicina de Família e Comunidade) e 04 (quatro) na área Multiprofissional (Saúde Coletiva com ênfase em Vigilância, Saúde da Família, Saúde Mental e Cuidados Paliativos). Esses Programas tem por objetivo, além da formação de especialistas para o Sistema Único de Saúde (SUS), reduzir as desigualdades regionais de fixação de especialistas e fortalecer a prestação de serviços de saúde pública, ampliando o acesso a consultas, exames e procedimentos especializados no SUS. Sendo assim, buscou-se identificar as especialidades e regiões com maior escassez de alocação e fixação de profissionais, priorizando as áreas com maior necessidade de qualificação de indicadores de saúde e que apresentassem estrutura de serviços em condições de ofertar campo de prática qualificado para a formação dos residentes. Através do compromisso de formar especialistas com visão humanista, reflexiva e crítica, qualificados para o exercício da especialidade escolhida, os PRS são desenvolvidos através de currículos inovadores que privilegiam o aprendizado crítico-reflexivo. Além disso, tem sido garantido o incentivo à pesquisa aplicada ao SUS. Após aproximadamente 02 (dois) anos de implantação, os principais resultados foram a ampliação da oferta de PRS no estado, passando de 01 (um) Programa em 2019 para 12 Programas em 2022, a expansão da oferta de vagas, que passaram de 16 em 2019 para 191 vagas em 2022. Em março de 2022 serão disponibilizados 105 profissionais especializados com vivência nos diversos serviços que compõe a rede de atenção capixaba e com potencial de transformação da realidade encontrada em seus locais de atuação. Houve a descentralização destes programas, que estão presentes nas 03 (três) regiões de saúde do Estado, em 09 (nove) municípios e em 103 cenários de prática, apostando na fixação dos profissionais em regiões com maior necessidade assistencial. Disponibilização de 268 residentes em 13 categorias profissionais para os cenários de prática, dos quais 40% pertencem à rede de atenção estadual e 54% à rede municipal. Ampliação do escopo de atuação das equipes integradas pelos residentes, assim como aumento no número de consultas e procedimentos. Implantação de um programa de formação docente-assistencial com alcance de 162 profissionais vinculados à docência e preceptoria de residentes. Realização de 19 (dezenove) projetos de intervenção e 48 (quarenta e oito) pesquisas nos serviços que funcionam como cenário de prática. Dessa forma, a implantação dos programas de Residência em Saúde vem contribuindo para o fortalecimento da Atenção Primária do Estado do Espírito Santo, através da ampliação do acesso, interiorização do cuidado, interlocução com os gestores locais, realização de procedimentos, projetos e pesquisas em serviço sobre temas sensíveis a APS e qualificação docente-assistencial.