Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida

Anais do 13º Congresso Internacional da Rede Unida

v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
Suplemento, Anais do 13ª Congresso Internacional da Rede UNIDA
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Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS) e a Política Nacional de Humanização (PNH): possíveis inter-relações
Douglas Gonçalves Jacob, Anselmo Dantas, Cesar Albenes de Mendonça Cruz, Maria Leda Oliveira De Muner

Última alteração: 2022-02-10

Resumo


APRESENTAÇÃO

O artigo tem como objetivo discutir sobre a interação entre as Políticas Nacionais de Educação Permanente em Saúde e de Humanização, destacando suas similaridades e principais diferenças, bem como debater sobre os problemas enfrentados por elas em sua implementação. A metodologia utilizada foi a do ensaio teórico. Apesar das dificuldades de implementação das Políticas de EPS e Humanização, as duas se mostraram importantes ao trazerem uma nova perspectiva na discussão sobre gestão coletiva do processo de trabalho, tanto na utilização de estratégias educativas quanto no manejo das relações de poder entre os diversos atores presentes no campo da saúde: trabalhadores, gestores, usuários, instituições de ensino, dentre outros.

 

Desenvolvimento do trabalho

As Políticas Nacionais de Humanização e Educação Permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) são estratégias que visam uma melhoria da atenção prestada ao cidadão, com participação importante do conjunto dos trabalhadores.

Para a PNH, humanizar é valorizar usuários, gestores e trabalhadores, os quais estão implicados no processo de produção de saúde, fomentando a autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos organizados.

“A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao cotidiano das organizações e ao trabalho” (BRASIL, 2009).

 

Resultados e/ou impactos

A PNEPS e PNH tem como similaridade o seu foco na mudança do processo de trabalho, inserindo o trabalhador na construção de estratégias de educação e gestão coletiva nos serviços de saúde.

A PNEPS tem como especificidade o uso de estratégias inovadoras de ensino/aprendizagem dos trabalhadores – pedagogia centrada na resolução de problemas e transformação das práticas teóricas e sociais. Já a PNH tem como foco principal a construção de uma nova relação entre: as políticas e programas, as instâncias de efetuação, e os diferentes atores que constituem o processo de trabalho do SUS.

 

Considerações finais

Os limites dessas Políticas esbarram na organização do sistema produtivo atual e sua lógica de acumulação ilimitada de capitais em detrimento do bem estar da maioria da população. Contudo, apesar de não conseguirem apenas com seus pressupostos realizar uma real mudança estrutural nas causas dos problemas na área da Saúde, ao mesmo tempo se mostram como estratégias (ferramentas) contra-hegemônicas a disposição dos trabalhadores para o enfrentamento, mesmo que limitado, da lógica capitalista vigente.