Associação da Rede Unida, 15º Congresso Internacional da Rede Unida
v. 4, Suplemento 1 (2018). ISSN 2446-4813: Saúde em Redes
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Os Determinantes Sociais de Saúde e a territorialização na Atenção Básica: um olhar social dos estudantes de medicina para as práticas de saúde
Última alteração: 2022-02-04
Resumo
A territorialização na atenção básica consiste no processo de conhecimento onde a vida de uma determinada comunidade acontece no intuito de organizar e direcionar os serviços de saúde para as diferentes áreas que constituem esse território. Esse processo leva em consideração os determinantes e condicionantes de saúde, em que através da ação dos agentes comunitários de saúde (ACS) dentro da população local, é possível, por meio de um serviço integrado, mapear e conhecer as necessidades locais de cada área desse território. Portanto, isso acontece visando analisar a inserção do estudante de medicina e seus impactos à dinâmica e a vida no território na Estratégia de Saúde da Família, proporcionando um maior contato com a vida em comunidade. Para tanto, são planejados encontros com o tutor responsável pelo eixo de integração ensino-serviço-comunidade, acompanhado por um agente comunitário de saúde. Através disso, o grupo realiza a territorialização, a qual possibilita conhecer os aspectos ambientais, sociais, demográficos, econômicos e os principais problemas de saúde da população de determinada área. Com isso, o conhecimento social-demográfico da área visitada proporciona o conhecimento acerca dos locais de vulnerabilidade, sobre os quais será possível desenvolver estratégias de educação em saúde para promover uma maior qualidade de vida à população. Ademais, também é desenvolvido um mapa da região visitada pelo grupo, buscando, além de conhecer os locais da comunidade, evidenciar e destacar as áreas de maior carência, bem como suas necessidades específicas. Ao final, esse mapa é disponibilizado para a Unidade básica de Saúde (UBS) encarregada por atender as demandas do bairro, a fim de contribuir com a ação dos profissionais de saúde daquele local. Além disso, tal estratégia auxilia o processo de trabalho desses profissionais, contribuindo com a melhora da qualidade de vida da população adscrita daquele território. Com base nas visitas à essas áreas, os alunos também desenvolvem um diário de campo, o qual irá conter os relatos de experiência de cada dia de visita. Nesses relatos, busca-se ressaltar os pontos mais importantes e aprendizados adquiridos, além de servir como molde para o planejamento das estratégias de educação em saúde. O projeto de territorialização abordado é de grande importância para a população local e melhora na qualidade de vida da comunidade, uma vez que aborda os assuntos corriqueiros de educação em saúde, visando a melhora dos determinantes sociais. Por fim, os trabalhos de educação em saúde fornecem informações diversas para os indivíduos locais, contribuindo para o melhor entendimento do contexto saúde-doença daquele território. Essa agregação de informações além de gerar mais conhecimento, auxilia no processo de diminuição de casos epidemiológicos de doenças comuns àquela região, visto que a conscientização da comunidade, em conjunto com o diagnóstico das áreas irão mapear as situações de vulnerabilidade buscando resolutividade. Tal situação caminha de acordo com um dos pilares que regem a Atenção Primária à Saúde: Prevenção e Resolução dos potenciais agravos de saúde.