O presente trabalho tem como proposta investigar e levantar teses sobre a questão do não acesso da população feminina LBT (lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais) à rede de proteção à mulher vítima de violência, com foco na cidade de Niterói – Rio de Janeiro, tendo em vista que estas também são asseguradas pela Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Conscientes dos sabidos obstáculos cotidianos que as mulheres enfrentam ao denunciar uma violência, este estudo tem como objetivo tentar compreender quais outros fatores se somam quando fazemos o recorte de orientação sexual e identidade de gênero de mulheres lésbicas, bissexuais e transgêneras, já que o Brasil é o quinto país no ranking mundial de violência contra as mulheres e o primeiro em assassinato de pessoas transexuais. Ou seja, se apresenta um ponto de interrogação quando analisamos os dados dos equipamentos de segurança e acolhimento de mulheres em situação de violência, afinal, o a falta de dados também é um dado. Para isso, utilizamos a coleta de dadas oriundas do SISP - Sistema Integrado de Segurança Pública e os dados fornecidos pela Coordenadoria de Direitos e Políticas para Mulheres de Niterói (CODIM), bem como a pesquisa anteriormente realizada no curso de mestrado em Política Social enquanto militante ativa do movimento LGBTI da cidade de Niterói. Sem a pretensão de dar conta do debate, este artigo se debruça sobre as principais dificuldades – agravadas pela pandemia da COVID19 - encontradas pela população LBT em questão e quais são as vias, sejam elas oriundas da gestão pública, movimento social ou híbridas, que podem modificar essa lacuna que se apresenta tanto na questão da informação, quando do acesso real e a coleta de dados pelos órgãos responsáveis.

Palavras-chave: LGBTI; gênero; queer; violência de gênero; violência contra a mulher