Apresentação: A pandemia do novo coronavírus tem ocasionado muitos danos à saúde da população mundial de forma não vista em tempos recentes. A contaminação em massa, o número de óbitos diários, a redução de recursos humanos devido o contágio pelo Sars-Cov-2, e as condições de trabalho são fatores que têm acarretado sobrecarga aos profissionais da saúde, incluindo o Assistente social. Nesse contexto, é possível desvelar o trabalho do assistente social no hospital de Nhamundá/AM localizado na região do baixo Amazonas, que conta com apenas uma profissional de Serviço Social. Objetivo: Demonstrar os desafios do Serviço Social na Unidade Hospitalar de Nhamundá em tempos de pandemia. Desenvolvimento do trabalho: Trata-se de uma abordagem descritiva na modalidade Relato de Experiência a qual propicia a expressão de algumas vivências no cotidiano profissional. Tal reflexão surgiu da necessidade de se repensar o trabalho em meio ao “caos social” desencadeado pela pandemia. Resultados e/ou impactos: A luta pela efetividade dos direitos consagrados pelo Sistema único de Saúde - SUS tem sido cada vez mais desafiadora, porém necessária. O SUS local colapsou! O hospital tem se tornado um espaço de protagonismo do serviço social, uma vez que requer deste profissional respostas imediatas para demandas urgentes, tais como: maiores números de internações: a procura por atendimentos no hospital aumentou consideravelmente chegando à superlotação, e o município com aproximadamente 21 mil habitantes conta com apenas um hospital de pequeno porte, e por ser limítrofe, também atende usuários dos municípios do Estado do Pará - Faro e Terra Santa. A busca por leito em Unidade de Terapia Intensiva - UTI nos hospitais de outros municípios e a viabilização de remoções: os usuários em estado grave de saúde são inseridos no Sistema de Transferência Estadual de Regulação, trâmite feito pela assistente social que precisa usar de influências pessoais, políticas ou até mesmo acionar a defensoria Pública do Estado para conseguir vaga em leito de UTI em outros municípios e/ou capital do Estado. Nesse ínterim, o profissional demanda dinamismo para lidar com a burocracia do Sistema de Regulação de um lado, e de outro lado, com a pressão de familiares. Em situações de óbito é realizado o acolhimento e viabilizado o serviço funeral para as famílias em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Isso tem exigido conhecimento, tempo, e agilidade da assistente social para a humanização do atendimento. Ademais, existem casos de violação de direitos de idosos, crianças e adolescentes, violência doméstica, orientações diárias nas enfermarias, pediatria e Alcon (alojamento conjunto de puérperas e recém-nascido - RN). Considerações finais: No serviço de saúde o assistente social é o profissional que acolhe, orienta e informa. É premente analisar as condições de trabalho vivenciadas pelo assistente social em tempos de pandemia. A demanda crescente tem se constituído em sobrecarga de trabalho para um único profissional no referido hospital, muitas vezes tendo que ultrapassar sua carga horária sem qualquer acréscimo remunerativo.